sábado, 31 de dezembro de 2011

A farofa de Papai Noel

A farofa é invenção dos tempos coloniais. Originalmente feita com farinha de mandioca ou milho, tornou-se iguaria comum à mesa dos trabalhadores por seu baixo custo.
Ficou famosa enroscada em galinha assada ou com ovo, além de outros companheiros gordurosos.
Todo mundo gosta, inclusive os mentirosos.
A ceia de Natal geralmente tem peru assado, pernil, bacalhau, rabanada e farofa.
Ela sempre aparece no final da lista, assim como um coadjuvante discreto, ora envergonhado.
Mas eu descobri, no tradicional almoço do dia 25, em família, uma mesa revolucionária.
A ordem de apresentar o cardápio começava pela farofa. Era ela no início e ao centro, cercada pelo resto(peru assado, bacalhau, creme de camarão, tender e um arroz metido a besta - e gostoso.) Foi assim que compreendi a mesa.
Crocante, harmonizada com salsa fresca, adequadamente picante, a vedete preenchia a boca como sabor principal. Humilhou os colegas de mesa, cuja existência se tornou comum e até dispensável. Uma farofa que não precisava de acompanhantes. O "peru" do Natal.
Mas o seu segredo, revelado com duas ou mais colheres, tinha charme: o velho e conhecido Neston e mais alguns cereais. É isso mesmo, a mais delicada e imponente farofa de Natal é uma boa mistura com Neston, companheiro de infância, causador de células gordas para sempre, em alguns casos, esperança das mães que acham que  o seu filho tem que ser "forte".
Dayse Maria Dias Vieira, a farofeira e anfitriã, mandou-me a receita que guardava a sete chaves, mas que agora compartilho.
Domingo é dia de farofa, com muito orgulho.
Você tem uma lata de Neston na dispensa?

Ingredientes
100 g de manteiga ou margarina
Meia xícara (chá) de uva passa preta sem semente (50g)
4 xícaras (chá) de Neston e 3 Cereais
1 colher (chá) de sal
Meia colher (chá) de pimenta-do-reino
1 colher (sopa) de salsa picada
Modo de Preparo:
Em uma frigideira, derreta a manteiga. Acrescente a uva passa e frite até dourar. Junte o Neston, o sal, a pimenta e misture bem. Coloque a salsa no momento em que for servir.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faltou um Oscar para Chita

Chita não morre sozinho, aos 80 anos, na Flórida(EUA).
Leva consigo uma parte de minha infância tímida, mas que se expandia e sonhava diante de um  televisor sem cores sobre quatro pés de madeira, esguios e firmes.
Tarzan com  seu famoso grito e as gracinhas de Chita eram uma janela para a alma.
Johnny Weissmuller, meu primeiro herói do cinema, tratava-o com zelo e não tinha menor graça sem ele ou Jane. Era uma família feliz, vivendo de forma sustentável, muito antes de nossa ideologia de agora.
Foi, o macaco ator, parte da história do cinema entre os anos 30 e 40.
Não teve apoio para eternizar suas patas na calçada da fama, como Lassie e Rin Tin Tin, animais atores mais bonitinhos.
Não era macaca, como eu pensava quando criança. Por efeito da grafia na tradução feita por produtores latinos, tornou-se Chita e virou "mulher". O nome do macaco, no filme, era Cheetah.
Não faz diferença. Foram-se Chita e pedaços de um tempo. Ficam as lembranças.

Três atores de um tempo de magia


"Tudo pelo poder" é um dos melhores do ano


"Tudo pelo Poder"(2011-EUA) traz uma abordagem  interessante em um roteiro nem tanto original e deve se tornar um bom concorrente a prêmios ou boas lembranças no Oscar 2012. Já está listado para o Globo de Ouro do ano que vem.
George Clooney(Onze homens e um segredo) estrela e dirige a si próprio, dando prosseguimento a uma carreira de Diretor ainda no início, mas que poderá ser bem notada.
Seu coadjuvante é um ator excelente, um dos meus preferidos, Ryan Gosling(Amor a toda prova) acompanhado por um elenco de estrelas e jovens revelações, como a angelical Evan Rachel Wood(Tudo pode dar certo)
Em plena campanha para a indicação a candidato dos Democratas em eleição presidencial nos EUA, o personagem de George, um Governador, faz campanha com cara politicamente correta até que uma estagiária - de novo - abala fortemente o roteiro.
O "descuido", contudo, não é original e nem é a parte mais importante da trilha.
A luta pelo poder, eterna e universal, expressa de forma sangrenta entre os comandantes das campanhas pela preferência dos democratas nas prévias, esta sim, é o centro das atenções.
O filme procura sugerir que a luta pelo poder é um fantasma democrático que se apresenta à vontade tanto para atormentar uma estagiária a procura de um lugar ao sol quanto aos demais soldados na hierarquia das agências de marketing político.
Cabe ao número dois da campanha do governador democrata, um jovem talentoso, carismático e ambicioso, escorregar pelo labirinto de armadilhas dessa antiga guerra humana. Gosling empresta seu brilho ao personagem que,  na lona, dá a volta por cima e espreme o seu próprio candidato com a  mais conhecida das armas repugnantes: a chantagem.
O filme é contemporâneo e cuidadosamente lançado às vésperas de uma nova eleição presidencial nos EUA.
Entretanto, no que se refere ao mundo da política, o amargor desta realidade de contradições presentes na democracia representativa ainda é melhor de ser enfrentada que o nepotismo cara-de-pau que o mundo assiste na Coréia do Norte.


George Clooney em "Tudo pelo Poder"

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Oscar para "Filhos de Deus"

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Este é o primeiro Natal do Roteiro com vocês, amigos ou seguidores.
O blog não pretendia, e continua assim, tornar-se uma badalação, nem conquistar espaço comercial.
Começou num gesto de amor, a indicação de um filme que me comoveu, e foi crescendo, crescendo, como diz a música, estimulado por colegas e amigos que revelavam gostar das dicas que lhes importunavam via e-mail.
Eu passei a gostar também. Reaprender a escrever sem ter um revisor é um enorme desafio e aprendizado. Costumo dizer que saberei escrever em alguns anos.
Tornou-se meu refúgio intelectual, meu momento de expressão autêntico, onde me apresento totalmente livre, correndo riscos, expondo preferências e posições políticas e ideológicas de forma subliminar. Percebi que por trás de cada indicação, especialmente de filmes, expunha revelações que, articuladas num quebra-cabeça, revelam o homem.
A mensagem de um Feliz Natal e Próspero Ano Novo, portanto, do Roteiro se mistura ao agradecimento àqueles que diariamente acessam ao blog, voluntariamente.
Para não perder o bom hábito de compartilhar aquilo que me emociona, recomendo um documentário sobre a vida de Jesus Cristo, "Filhos de Deus", que está passando no canal GNT- programa GNT.Doc - locução de Silvio Bocanera, com interessante caráter investigativo e científico.
Não afronta a fé e, pelo contrário, torna até mais verossímil a história extraordinária deste “homem” incomum, divino, imortal, sábio e amoroso.
Boa forma de lembrar “Dele” e de sua proposta de vida simples e inigualável, mas especialmente  verdadeira e desafiante.

Veja o link:
http://gnt.globo.com/gntdoc/videos/_1737742.shtml

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O melhor "Chibé de Rabada" de Ipanema

Era uma manhã de sábado com cara de segunda. Fria e nublada.
Consegui antecipar meu voo, sem nenhum custo, e ganhei de presente de Natal da companhia uma poltrona “conforto”, como se diz hoje. Gostei da regalia.
Quando o avião se aproximava do aeroporto, fez uma curva diferente do habitual e passou bem pertinho do Cristo Redentor.
Da janela, vi o “cara”, muito próximo. Cena rara nestes últimos meses e muito adequada para a época. Olho no olho, pedi proteção e agradeci por tudo. Tive a impressão que olhou exatamente para a minha janela. Chegada abençoada. Natal Feliz.
Na fila do taxi, organizei meu roteiro. Telefonei para o primo a quem iria visitar e parti com destino à Visconde de Pirajá, em Ipanema.
Em seguida, uma parada técnica no Rota 66, bar-restaurante mexicano, tipicamente da região, na Farme de Amoedo, rua conhecida pela predileção de todos os gêneros.
Gosto desse bar e os primeiros chopes, com colarinho de dois dedos, inundaram a minha alma.
O terceiro não chegou por que outros primos me convocaram para um mais famoso, o Bracarense, no Leblon.
Cheguei de mala e cuia no destino: a mala de bordo numa mão e o terno de trabalho da segunda-feira, devidamente protegido, na outra. Foi a primeira vez que cheguei a um bar nessa condição. Lotado, seguramente ninguém notou ou se importou com a cena.
Chegaram, então, o segundo e terceiro chopes.
O primo mais velho, com seu humor inteligente e felino, fez uma ligação e determinou:
Vamos agora para a “Nossa Casa”, na Paul Redfern, fronteira do Leblon com Ipanema.
Eu disse, com mesmo humor, que esperava que esse novo bar fosse de primeira.
Ele prometeu lugar sossegado, aconchegante e open bar, com variedades: uísque, vinho e cerveja.
A vedete da mesa seria uma “rabada” incomum, completou, delicada e macia, obra prima da chefa da cozinha do lugar. “E vamos que vamos”, dissemos todos.
O lugar era mesmo como ele prometera. Reservou uma mesa de oito lugares, na parte de cima e acesso fácil ao banheiro. Uma família adorável já curtia seu sábado. Lugar de primeira, com espaço para as crianças brincarem.
Troquei a espuma por um copo cheio de gelo e malte original. Perfeito.
Mais um pouco e ela chega, a “rabada” sugerida. Seria a minha segunda vez com a iguaria. Confesso que não aprecio (ava). Mas não há nenhum pingo (não é pinga) de preconceito. Simplesmente evitava.
Mas, no “vamos que vamos”, topei. Adequadamente quente, com molho vasto e simpático, cor de rabada, coloquei um pedaço no prato e fui...
A carne saborosa que envolvia as partes mais duras, vamos assim dizer, o osso, estava requintadamente bem temperada e macia. Dissolveu.
Para completar, chega um punhado de farinha de Pinheiro, cidade da baixada do Maranhão, metida a ser a mais crocante e amarela farinha d’água da região.
Não resisti. Duas colheres de sopa da famosa que foram encharcadas por três daquele molho cheio de personalidade. Do lado, um tricolor cirurgião diz: isso se chama “Chibé”, um clássico da cozinha maranhense.
Felicidade preencheu toda a boca e tive que repetir, discretamente.
Depois desse roteiro interestadual, a notícia triste da perda do conterrâneo Joãozinho, o Trinta, ficou assim mais amenizada.
O roteiro daquele sábado bem que poderia terminar com um samba e uma pitada de gênio. Será que João gostava de rabada?

"Rabada"  abençoada por Ele

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sugestões do Roteiro estão em indicados ao Globo de Ouro 2011

Na lista de indicados ao Globo de Ouro(EUA) de 2011, anunciada hoje, há candidatos em três filmes que Roteiro da Emoção sugeriu em post:
"A Pele que Habito": melhor filme em língua estrangeira;
"Amor a Toda Prova": melhor ator em musical ou comédia para Ryan Gosling;
"Meia-Noite em Paris": melhor ator em musical ou comédia para Owen Wilson, melhor direção e roteiro para Woody Allen e melhor filme musical ou comédia.
O Globo de Ouro costuma ser uma "pré-lista" para o Oscar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Turismo astronômico no breu.

Não sei exatamente o ano. Foi entre 2003 e 2004.
Vinha de uma visita, a trabalho, ao município de Barreirinhas,  sede dos Lençóis Maranhenses. Estávamos na estrada, na direção de São Luis. Era noite.
Escuridão e silêncio só desafiados pelas conversas dentro do carro. Aliás, solitário a trafegar àquela hora. O breu estava iluminado pelos nossos  faróis.
Pelo para-brisa, percebi o espetáculo. Pedi ao motorista que parasse no acostamento quando houvesse boa condição para isso.
Olhei para trás, onde estavam os outros três colegas de trabalho, e disse: vamos parar um pouco. Quero que vocês vejam algo muito raro nestes dias. O céu estrelado sem as luzes da cidade. Não tenham medo. Vamos lá.
Descemos todos.
Lá em cima, uma tela perfeita. Nada é igual a uma noite estrelada, sem nuvens, na escuridão em que o tão misterioso universo nos observa com seus milhares de brilhantes, ou nos ignora, não sei exatamente.
Se alguém passasse naquele momento, talvez não entendesse um grupo de malucos, encostados na lataria de um carro, à meia-noite, olhando para o céu.
Foram poucos minutos, talvez vinte. Mas, em quase duas horas de viagem até a ilha, ninguém falou mais nada. Para quê, reconheçamos. Para quê? 
Em noites como aquela, basta olhar para cima e a tal felicidade surge de dentro para fora.
Apreciar o céu estrelado não é uma maluquice. Há lugares no mundo preferidos para este belo roteiro.
No Rio Grande do Sul, no distrito Vale  Vêneto, município de São João do Polênise, centro do estado, o Observatório Bioastronômico COSMOS, de Itaara/RS, realiza com a comunidade local roteiro de turismo astronômico, onde é possível observar os astros em noites acompanhadas da gastronomia local, incluindo vinhos na degustação.
Em Vale  Vêneto há um museu histórico que é considerado o maior acervo cultural italiano do Rio Grande do Sul. Os imigrantes que povoaram a região vieram da região de Vêneto, norte da Itália. Mas  há muitas outras opções. É só procurar.
Que tal? Gostou da ideia? Há quanto tempo não olha para o céu, assim estrelado, que não seja para suplicar milagres ?
No lugar em que mora é possível assistir a este espetáculo?
Então, saia por aí num roteiro semelhante.
Faça sua própria trilha para um céu de estrelas.

*Algumas cidades, com localização privilegiada, poderiam estimular o hábito  da observação dos astros e criar uma nova atração turística.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O animação "RIO"(2011) dos anos 50.

Desenho animado criado por Walt Disney, a pedido do Governo Americano, no início dos anos 50.
Uma relíquia.
Veja o link:

http://www.youtube.com/watch_popup?v=_mQHr8bAojU&vq=small

* Colaboração do amigo Carlos Malaquias Silva Neto

domingo, 4 de dezembro de 2011

Um super domingo de emoção.


Hoje não é um domingo qualquer.

O País perdeu um jogador-cidadão. Político ídolo. Coisa rara.

De tarde, emoção muito viva.

Drama e ansiedade em São Paulo, Rio, Sete Lagoas, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.

Um irá aos céus, dois ao inferno e alguns para a América.

Neste momento, alguns já roem as unhas. Outros a caminho do estádio.

Milhares no churrasco de espera ou em frente à TV para não perderem nenhum detalhe.

Há mães que prometeram reza e velas por seus filhos loucos.

Namorados e maridos já se despediram das companheiras.

Há torcedoras convertidas, ali do lado. Camisa do clube e maquiagem.

As indispensáveis beleza e força das mulheres, tanto para a vida como para os estádios.

Há bandeiras desfilando nos carros ou vendo a vida das janelas.

As camisas resolveram sair de casa todas juntas.

Hoje é dia da emoção que não faz mal.

Dia de risos e lágrimas merecidas.

Sejam felizes, torcedores, muito felizes!!!



                                       

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os Filmes do Final de Semana.

Domingo tem decisão, finalmente.
Rio ou São Paulo.
Loucos ou lutadores.
No Rio, tabela colocou rivais para se matarem (no bom sentido).
Em São Paulo, para se matarem quase de verdade.
Palpite de observador: Corinthians campeão, mesmo sem vencer.
Palpite de torcedor: Flamengo perde a vaga na Libertadores.
Palpite de tricolor: Seremos o terceiro, maior artilharia e artilheiro.
Filmes: "Duelo de Titãs” ou "Invictus"

 Duelo de Titãs

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mulheres contra a bola

Recebi algumas críticas pelas crônicas sobre futebol e pelas intervenções no facebook, interagindo com torcedores amigos.
E foram sempre de mulheres.
Algumas disfarçadas em humor, outras diretas com ameaça cumprida de me afastar da lista de amigos.
Outras foram apelos para manter o “foco”, o que significava dizer “sem futebol”.
Num mundo esquizofrênico pelas lutas contra qualquer tipo de preconceito, sinto-me no direito de pedir ajuda ao MP (hehehe).
Roteiro nasceu sem incluir o futebol entre seus temas.
Mas em conversa com um consultor, disse-me ele, ao conhecer esta minha outra paixão:
“Se você quer expressar e compartilhar suas emoções escreva sobre todas as paixões que tem. Escreva sobre o futebol, com a propriedade do que sente”.
E assim fiz, gradativamente, e com a seguinte diretriz: futebol na rede social com mais frequência e raramente no blog.
Achei uma divisão adequada.
Passei a meditar sobre a revolta feminina esta semana.
Eu vejo o futebol com grande generosidade. Para mim, em nada trouxe arrependimentos e sempre foi tratado como uma diversão gratificante, espaço educativo e cultural de uma vocação clara da criatividade e potencial atlético dos humanos.
Estivesse eu errado, como uma bola de futebol seria um objeto tão desejado pelas crianças em todo o mundo? Que magia tem para despertar tanta atenção? Que valor e significado estético causam igual magnetismo em todas as línguas ?
O blog e as intervenções no facebook são equilibrados em seus textos sobre o futebol.
Nada de ofensa, primo em expressar algum conhecimento técnico (estudo voluntariamente tática) e compartilhar uma paixão com boa medida de humor. Nada mais.
Esta tendência do Roteiro trouxe a reaproximação de amigos de infância e até familiares com os quais não conversava há muito tempo. Surgiram encontros desejados e antes impossíveis.
Neste caso, o futebol recuperou e uniu mentes e almas esportivamente.
Roteiro é a expressão de um jornalista esportivo planejado há anos. O blog é a minha “prova da OAB”. Preciso aprender exercitando.  Há muito para saber ainda. Inclusive a escrever.
Vou seguir instintos e paixões.
Gostaria muito de, no futuro, ter leitoras mais satisfeitas e ter a volta daquelas que me apagaram de suas listas de amigos.
Prometo melhorar.






quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Roteiro faz queixa de um amigo de infância

Eu quero fazer uma queixa pública de um amigo de infância.
É uma pena, mas farei.
Talvez me critiquem, talvez ignorem, talvez entendam. Paciência.
Ele me conhece desde os nove anos e nunca nos deixamos.
Somos unha e carne. Coração e pele. É, de certa forma, “uma pele que habito”.
Se já chorei por ele ? Já. Mas foi sempre de alegria.
Não que ele seja tudo. Não é a principal paixão. É uma delas.
Mas ele já me tirou de fossas, já me fez sorrir, sempre me faz sonhar.
Nossa amizade, amor ou paixão, sabe lá, fazem a vida melhor.
Não essencialmente, mas dá uma baita felicidade. Aquela das pequenas coisas.
Já ouviu falar que a felicidade, de verdade, está nas pequenas coisas ? Pois é. Com ele eu sinto isso.
Ultimamente, porém, ele tem me maltratado.
Outro dia, sábado, peguei um avião para vê-lo. Marcamos hora e local. Vesti sua pele.
Mas ele não apareceu, não explicou porque e eu fiquei muito frustrado. Não entendi. Talvez nunca entenda aquela ausência.
Ontem , assim como quem não quer nada, apareceu.
Brilhante, magnífico, cheio de vontade, incansável, lindo! Foi uma noite! Foi uma quarta-feira e tanto!
Ah, se fosse sempre assim!
Mas este comportamento estranho, de morde e assopra, tem me cansado.
Assim não dá.
Que houve contigo ?
Eu tenho feito a minha parte por nossa amizade eterna.
Eu nunca vou te deixar, eu já afirmei.
Tenho outros amigos, milhares, que também pensam assim. Gostam de ti de qualquer jeito.
Vai dizer para eu me acalmar, que tu és um guerreiro e que até estes perdem.
Tudo bem.
Mas não brinca de gato e rato comigo e com os outros.
Não sumas assim, como no sábado.
Por favor, meu Fluminense, não precisa ganhar todos os títulos.
Mas não me maltrata, amigão.

Fluminense 5 x 4 Grêmio, quarta-feira, 16/11/2011.
A gente se encontrou. Nos abraçamos cinco vezes.
Assim que tem que ser uma amizade.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

"A Pele que Habito" dá arrepios, mas é muito bom.


Há quem ache Pedro Almodóvar um gênio, o melhor diretor destes tempos. Há quem veja sua obra com um traço barroco, é o meu caso, embora com respeito.
Agora, o espanhol se mostra para uma nova plateia, os surpreendidos e assustados.
Autor do roteiro e diretor do filme que segue o romance "Tarântula", do escritor francês Thierry Jonquet, publicado em 1984, Pedro muda de estilo e nos oferece um filme contemporâneo, limpo, com suspense sofisticado.
A história é macabra e instigante e, não por isso, ainda passa pelo Brasil. De novo, alguém vai dizer que o filme é preconceituoso e colonialista, essas besteiras.
Antonio Banderas, que começou a carreira com o  amigo diretor, escapa do "Zorro" e faz um trabalho digno de sua fama, com maturidade dos astros consagrados. É um cirurgião plástico que mistura ciência, ambição e vingança. Evite-o, se pretende entrar no bisturi.
A mulher do filme, Eva, que antes foi Vicente, é interpretada pela atriz Helena Anaya("Fale com Ela" e "Inimigo Público" 1 e 2). Linda, sua personagem é o centro das nossas emoções mais fortes, entre elas uma pena cortante.
O romance do francês( já morto) vira um filme extraordinário que trata de temas que estimularam  filósofos de tempos imemoriais e habitam nossas mentes até hoje, como a sexualidade.
Deixo poucas pistas, mas é necessário. A surpresa, neste caso, é fundamental.
Vá logo, antes que alguém lhe conte os detalhes.                    

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domingo, 6 de novembro de 2011

O "Diário de uma paixão" descoberto pelos arqueólogos



Arqueólogos anunciaram esta semana uma descoberta extraordinária. Um casal, morto no século V, deitado eternamente de mãos dadas. A mulher estava com o rosto virado para o amado.
Hoje pela manhã, ouvindo clássicos da música americana dos anos 50, refleti sobre a descoberta e me lembrei de um filme adorável, destes que se tornam uma das maravilhas do cinema, um patrimônio das artes e que, talvez, resuma a essência da vida: o amor entre duas pessoas que se conhecem por aí, ainda muito jovens, e se amam para sempre.
"Diário de uma Paixão", com James Garner, Ryan Gosling, Rachel McAdms e Gena Rowlands relata a história de dois adolescentes americanos, anos 40, que se apaixonam verdadeiramente. Um pobre e outro rico, pagam o preço do preconceito da família dela, separam-se, surge o marido "ideal" até que o casamento é desfeito e eles se reencontram anos depois.
O diário dessa paixão( o título em inglês é "The Notebook") é narrado pelo verdadeiro amor de Allie Hamilton(Rachel McAdms/Gena Rowlands), Noah(James Garner/Ryan Gosling), ambos idosos e morando em uma clínica. Ela sofre de Alzheimer e luta para lembrar das passagens reveladas com extremo cuidado pelo companheiro de uma vida.
As cenas da primeira fase do namoro, a reconstrução da época e a beleza dos atores  são encantadoras, dignas de uma premiação.
Este filme é terapêutico. Faz um bem danado, mesmo para aqueles que não são românticos.

O filme é de 2004(EUA) e foi dirigido por Nick Cassvetes.
James Garner já é um veterano em "Maverick".
Gena Rowlands se declara em "Paris, Te amo".
Ryan Gosling, mais novo que ambos, reaparece em "Amor a toda prova".
Rachel McAdams, nem tão lindíssima como naqueles tempos, está atrás de uma "Meia Noite em Paris".

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Champanheria na praia mais charmosa do mundo.


A quadra é glamourosa. O imponente Copacabana Palace é a vedete. A rua ao lado, a Rodolfo Dantas, à direita  para quem vê da praia, aproveita a fama do grande hotel. 
Foi uma supresa e tanto. A promessa era que iríamos a um "barzinho novo", talvez um pub. Alguém  viu no jornal. Então, saímos para lá.
Não era nada disso.
Uma champanheria, a maior do Rio, recentemente inaugurada, nos recebeu como nos anos 20: elegantemente.
O ambiente reproduz a penumbra dos cabarés daqueles tempos. Para ler o cardápio ou a boa carta de espumantes é preciso uma lanterninha que a garçonete oferece com estilo. Muito excitante. Atmosfera dos tempos da Lei Seca e das meninas melindrosas.
Decoração elegante e de época, repleta de garrafas de champanhe e fotos de dançarinas da noite, prontas para  alguns passos de Charleston.
Lembrei de "Meia-Noite em Paris", confesso. De algum modo, era como se estívessemos voltando no tempo.
O lugar é chic e os preços não são assim módicos.
Mas é uma inovadora opção para uma noite especial. Muito bom para levar a amada no dia de seu aniversário. Ela vai gostar. Vai se sentir uma dama, de verdade.
Lugar delicado. Há champanhes de casas locais ou famosas pelo mundo todo, bons vinhos e cozinha mediterrânea.
Pertinho do Copacabana, pode ser um consolo agradável. De lá, é possível ver o grande hotel e sonhar.
Música ao vivo com vasto repertório, mas adequado ao ambiente.
Brinde sua companheira. Reserve uma noite na Champanheria Charleston Bubble Lounge 
Charleston é uma dança surgida nos anos 20, na cidade que deu o nome, no  Estado da Carolina do Sul(EUA). É marcada pelos movimentos de braços e afastamentos laterais dos pés. Era a diversão dos cabarés da época.






terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Copa no Brasil. Vitória, empate ou derrota ?

Não dá mais para devolver. A Copa terá que ser aqui.
Começa desgastada por conflitos de interesses mal explicados pela FIFA.
A pergunta mais importante é saber se deixará legado.
Acho que sim. Empregos já surgem, virão oportunidades de negócios, infraestrutura  e melhor mobilidade em algumas sedes. O Turismo ganhará, seguramente. Crescerá com índice de dois dígitos. De uma a duas dezenas e com estabilidade.
Ficaremos melhores para receber.
Nossa imagem poderá mudar. Ir além do próprio futebol, praia e samba.
O custo para a sociedade poderá ser ressarcido em médio prazo com as moedas acima.
Em lugar nenhum há Copa sem Governo e ele sempre quer uma Copa.
Ela pode ser boa, se tivermos juízo.
Talvez sejamos campeões. Mas isso é menos certo que as alternativas acima.

Ele encontrou razões para sorrir.


sábado, 15 de outubro de 2011

"Amizade Colorida", um pouco mais que uma comédia romântica

Uma comédia sem grandes pretensões, picante sem ser vulgar e que brinca com a excitante questão da amizade colorida, surpreende.
Com suavidade, dignidade e humor inteligente nos leva a pensar, também, no drama social do Mal de Alzheimer. Quem já teve ou tem uma experiência de Alzheimer em família vai se emocionar.
O pai do protagonista apresenta os primeiros e progressivos sintomas da doença. O filme destaca as dificuldades dos familiares mais próximos  e os constrangimentos fora de casa, comuns nessa etapa do distúrbio.
O recorte, contudo, não nos impede de rir, apreciar atores como Woody Harrelson(O Povo contra Larry Flynt) que faz o papel de um gay bem  resolvido e de se deliciar com o amor que surge da amizade divertida entre Dylan(Justin Timberlake) e Jamie(Mila Kinus). As cenas de sexo são criativas. Os diálogos na cama são um jogo inteligente.
Para quem não se lembra, o galã teve participação importante em "A Rede Social", um dos melhores filmes de 2010 e fez sucesso na banda 'N Sync.
Ela é a bailarina companheira de  Natalie Portman em "Cisne Negro".

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Resposta ao meu amigo flamenguista Afrânio




Foi resultado para chororô, sim. Foi jogo para crônica de Nelson Rodrigues. Foi gol de bunda para substituir o de barriga. Foi tudo isso. Foi um Fla x Flu.
Eu não estava arrogante antes do jogo. Tenho muitos Fla x Flu pelas costas. Mas esperava uma vitória igual àquela que foi interrompida aos 42min.
Não foi falta, reveja com imparcialidade. Tocou na bola e nada mais.
Não foi justo, mas o futebol é uma atividade humana em que o injusto não se castiga. É para lá de subjetivo, pois a torcida vencedora é quem conta a história.
A virada épica não te pertencia, flamenguista. Agora, sim. Mas em jogo que  juiz é atração é porque teve algo estranho aos olhos das duas torcidas.
Ninguém quer perder com erros de apito, e nem ganhar.
Tu deves  comemorar muito, pois ainda ficarás espantado por muito tempo com o que o Engenhão assistiu.
Que me desculpe o estádio olímpico do Bota, mas o jogo de ontem só poderia acontecer no Maracanã.
Ontem, o que ainda sobrou do velho "Maraca" deve ter se contorcido de alegria e dor, pois ambas sempre foram as boas razões de sua existência. Seu "palco" eterno foi feito para risos e choros.
O Fla X Flu de domingo foi quase perfeito: faltou o Maracanã e um bom juiz.

Nota: Esta pequena carta é uma homenagem ao futebol, paixão deste blogueiro tricolor.

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A gaita mágica e o fogo que sai do chão

O nome do restaurante não é atraente. Dá desconfiança: Beto Perroy.
Provavelmente, sempre precisará de alguém local para indicá-lo.
No caso do Roteiro, foi o motorista de taxi que nos levou ao horto florestal quem sugeriu, quando passamos ao lado da construção de madeira com alpendre, típica na região. Ele acrescentou que a carne servida era preparada em fogo de chão. Esse detalhe nos agradou.
Além do alpendre na parte da frente, uma sombreada plataforma, ao fundo, acolhe mesas de madeira coloridas e amplos guarda-sóis. Araucárias imponentes cercam o local e parecem proteger o terraço suspenso das montanhas muito próximas.
Enquanto nos deliciávamos com pernil macio de cordeiro e saladas frescas com direito  a  truta defumada, ouvimos um arranjo suave e emocionante.
Um artista fazia um show com auxílio de um teclado e sua gaita. Seu repertório enchia o espaço de emoção com os acordes incomuns. Clássicos, boleros, pop-rock, trilhas e até o sotaque de Bumba-Boi, do Maranhão, na interpretação inédita de "Boizinho da Lua", homenagem ao Roteiro, que havia registrado seu encanto com os arranjos de tão delicado instrumento.
Não sei se o tocador estará sempre lá, mas o fogo de chão com certeza. Mas, é necessário esclarecer, não é apenas uma pequena churrascaria. É uma surpresa inesquecível das montanhas frias de Campos do Jordão. 

Foi uma sorte e um privilégio descobrir um lugar assim e ter passado exatamente quando um som mágico de gaita se misturava aos aromas de comida caseira e de natureza sossegada.

Para conhecer melhor visite www.betoperroy.com.br


O artista da gaita se chama Aloysio Becker.
            

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quanto vale a sua mulher (ou o seu marido) ?



A discussão política destes tempos de inquietação, pelo mundo afora, é sobre a ética e os valores morais. Aliás, deveria ser sempre.
Em todas as situações que envolvem esse tema, a troca e a vantagem, ou  compensação, são meio e fim.
Já disse alguém que é dando que se recebe.
Este assunto me fez lembrar um filme marcante, ácido, dolorido, controverso, polêmico, angustiante, em que um casal decide por em risco a essência do amor convencional, que  é o sentido de pertencimento e de fidelidade, para dar um jeito em sua vida arruinada financeiramente.
Refiro-me à “Proposta Indecente” (EUA-1993) com Robert Redford, Demi Moore e Woody Harrelson.
O desespero que leva à ação de aceitar uma proposta repugnante é seguido de um sofrimento mútuo profundo, cortante, visceral. Tudo envolto em um indisfarçável nevoeiro excitante, típico das fantasias extremas, mas não menos prazerosas.
Deixo o proponente, ou corruptor, de lado, pois ele é a nossa tentação perpétua.
De certo, o ciúme previsível, a cobrança do marido e a decepção da mulher seduzida se constituem ingredientes da pena dos fracos.
No mundo real, seria extraordinário que, como efeito dos atos condenáveis, a pena fosse assim, vivenciada incontinente e com alto teor de sofrimento. Autoaplicável. Quase sem precisar de julgamento. Para os dois lados.
No filme, o arrependimento, antecedido da dolorosa “prisão” de sentimentos que quase destrói o casal, é a condenação máxima e pedagógica.
Revi este longa recentemente. Ele causa arrepios.
O filme foi muito mal recebido pela crítica, mas nem por isso deixa de ser útil à discussão sobre o amplo e movediço campo da moral e da ética. Particularmente, acho que a academia  mandou o filme para o lixo porque o tema também habita os esconderijos das fantasias inconfessáveis para um mundo machista. Melhor não tratar desses desvios.
Seu diretor foi Adrian Lyne, conhecido pela dupla "Nove semanas 1/2 de amor" e "Atração Fatal". Gosto muito de outro, "Unfaithful", com Richard Gere e Diane Lane, de 2002.

 
A escolha e o castigo (Google imagens)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Amor a Toda Prova" ou "E se a sua mulher lhe traiu"?

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O assunto não tem idioma, tempo, nem espaço restritos.
Pode ser tratado em clínicas, sala de juiz  ou se tornar assunto de vizinhança. Causa dor, sofrimento e costuma fazer os filhos perderem o ano.
Estou falando da traição entre os “bem” casados e com longa estrada. Mais especialmente, da mulher.
Este assunto chato é tratado com seriedade e excelente bom humor na comédia “Amor a Toda Prova” (EUA-2011) nos cinemas do país.
Nem de longe vamos discutir a “relação”. O filme, em si, é melhor assunto.
Cal Weaver (Steve Carell) é o marido traído por Emily (Julianne Moore). Jacob(Ryan Gosling) surge  em sua vida para ajudá-lo a enfrentar o drama de forma bem machista, mas divertida, e daí aparecem  os  excelentes dilemas da trama. Não falta, ainda, um recorte para as paixões - ah... que paixões - bem juvenis, entre os 13 e 17 anos.
A seriedade está presente, sim, e esse é um dos méritos do roteiro, na decepção causada ao marido, certo que era  exemplar, e no sofrimento da mulher. Seu senso ético em pedir o divórcio desaba diante da reação do antigo companheiro.
O filme é um bom teste para as convicções dos casais, sob a direção de uma dupla formada por Glenn Ficarra e John Requa.
Mas você sai divertido e com vontade de ir conversar sobre o assunto com seu par, em conversa amena e bem intencionada.
Entre outras boas questões, surge uma pergunta:
É possível um casamento longo, daqueles que levam às felizes bodas de bronze, prata e ouro, sem traição, de um ou do outro?
Não tenho nenhum cuidado em dizer que ninguém faz tão boas comédias como os americanos.
À pipoca, sem receios.

Steve Carell ficou bem conhecido em “O Virgem de 40 anos”.
Julianne Moore é uma das estrelas do cinema - “A Mão que balança o berço” e “Minhas mães e meu pai”.
Ryan Gosling é inesquecível em “Diário de uma paixão”.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"O Homem do Futuro" é bom de se ver agora


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No post “Um Homem de Família” é um filme para quem tem coragem (26.08.2011) e em “Eu vou vender minha Ferrari em 2013. Quer comprar?” (30/08/2011) escrevi sobre a busca da felicidade.
Nas telas de cinema, estes últimos dias, estreou “O Homem do Futuro” (Brasil-2011) comédia dramática, dirigida por Cláudio Torres e que tem como protagonista Vagner Moura, nosso honrado Capitão Nascimento de Tropa de Elite 1 e 2, agora num personagem mais ameno.
O tema não é novo e me persegue desde um bom seriado de TV americano dos anos 60, chamado Túnel do Tempo.
Mas o filme é novíssimo, cheio de jovens atores para lá de promissores e com a cara nova do bom cinema brasileiro de agora.
Vagner mergulha de corpo e alma num personagem de folhetim, o rapaz superdotado que insiste em fazer ou descobrir aquilo que lhe pode tirar do anonimato, com uma gagueira incômoda e a timidez dos nerds incompreendidos.
O sonho de controlar o tempo acorda em meio a um projeto para produção de energia que iria revolucionar o século 21.
Daí é um pulo para voltar no tempo e destruir todas as tristezas vividas no passado. De novo, a busca da felicidade garantida e duradoura.
Bem humorado e dramático, o filme nos encanta por esse universo tão inquieto do tempo, relembra o bom Rock brasileiro de alguns titãs da música e nos enche de adrenalina durante uma festa universitária da pesada.
O cientista, que quase fica louco, tem belas companhias.
A sua musa é interpretada por Alinne Moraes e o vilão, ora, o vilão... O vilão é o “Léo”, o mesmo que antes se definiu na carreia, infernizando a maluquinha Norma, em Insensato Coração. Se você o odiava, paciência. Ele não mudou nada. Gabriel Braga Nunes que se vire.
Há boa participação, ainda, da atriz Maria Luiza Mendonça, com sua beleza e talento próprios e de Fernando Ceylão, ator que foi o primeiro brasileiro a participar de um festival de comédia stand up nos EUA e atualmente trabalha no humorístico Zorra Total. O carisma de Fernando é comovente.
O filme é excelente.  Aproveite e vá passar o tempo, porque controlar não vale a pena.







sábado, 10 de setembro de 2011

Você lembra de amanhã ?

Passaram dez anos, mas parece que foi para sempre.
Como a maioria de vocês, não esqueço nunca o que fazia naquela manhã comum, de 11 de setembro de 2001, em São Luis(MA).
Estava em meu gabinete e vi tudo que a TV conseguiu transmitir ao lado de meu principal companheiro de equipe.
Uma das coisas que pensei foi imaginar se apenas os EUA eram alvo dos ataques.
Lembro de ter reunido minha equipe, depois, para especular sobre aqueles acontecimentos.
Mas a lembrança mais marcante é o momento em que fui buscar minhas filhas na escola, logo que pude.
Havia um estranho e talvez pouco lógico frenesi nas ruas.
Um atentando a milhares de quilômetros não deveria assustar aos cidadãos de uma capital do nordeste brasileiro, uma província até, considerando seu nenhum papel estratégico sob o ponto de vista militar. Com enorme esforço, muito grande, talvez o porto  do Itaqui e a base de lançamentos de foguetes em Alcântara, no continente, pudessem inspirar um roteirista maluco, nunca um terrorista, a escolher  a região como alvo de um ataque.
Mas foi isso que me marcou. Os pais estavam apressados e ansiosos para por seus filhos no carro e  ir para casa para saber , exatamente, o que estava acontecendo, mas com a família a salvo.
A porta da escola era uma  bagunça e o trânsito estava excitado
A explicação não é, realmente, difícil. Simbolicamente, foi em nossa cidade, perto de casa e deixou  todos nós  perguntando que mundo começava ali. 
E você, onde estava naquela manhã  ?
O que sua memória guardou ?
Tem uma história curiosa sobre este acontecimento ?
O que pensou ?