domingo, 29 de maio de 2011

O Barcelona de Messi: eu já vi esse filme!


Não há exagero algum em comparar o Barcelona de Guardiola e Messi  à seleção de Zagalo e Pelé, campeã do mundo em 70.
Ambas  equipes trazem a essência que transformou o futebol numa paixão mundial, desde que foi inventado pelos ingleses, é o que dizem, anfitriões da final  entre Barcelona e Manchester (3 x 1),ontem: espetáculo, jogadas geniais, jogadores fora-de-série, organização também.
Esses elementos misturados formam times superiores, altivos, firmes, equilibrados e vencedores.
Em 70, no México, Gerson dizia que eles próprios, os jogadores, sabiam entender o jogo, tomar decisões, ter atitudes. Um olhar ou uma conversa rápida no meio do jogo e até broncas respeitosas mudavam a história, levavam a títulos.
Os jogadores espanhóis esbanjam tudo isso. A bola, dominada mas feliz, bem tratada, gira de um lado para outro, formando linhas bem definidas ou curvas artísticas, até serem abraçadas pelas redes do adversário. Vê-se isso no Barcelona ou na seleção espanhola.
Observando o jogo entre o Barça e os esforçados ingleses, vi a superioridade descrita anteriormente em grená e azul,  o esforço conformado e digno em branco e a amarelinha de Zagalo sobrevoando  Wembley.
A lição deste jogo é clara e objetiva, como os chutes de Pedro e Messi,  e suavemente  curva e cheia de graça, como a trajetória da bola em que David Villa chuta com o pé direito(ou foi com a mão ?) e faz o último gol. Lembram do gol do Carlos Alberto, contra Itália, na final da Copa de 1970? Não teve curva, mas foi um autógrafo na última página, outra semelhança.
Nosso futebol se perdeu na cartolagem, na má política(pois tem a boa) na ganância e na pressa.
No meio dessa desentrosada caminhada, o improviso atrasa a formação de clubes organizados , a pressa esquece  de preparar atletas de verdade,  todo ex-jogador quer ser técnico e a vaidade sufoca craques ou suas promessas.
Criam-se os “ricardos teixeiras,  os "dungas" e até empresários-torcedores   tomam  conta de clubes para levá-los à falência.
A vitória da Espanha em 2010 e o sucesso eficiente do Barcelona são um pouco de nosso passado de glória no campo e uma ameaça para 2014.
Messi é um brilhante exemplo do bom caminho  e merece um comentário destacado neste roteiro.
Eu vi esse craque na Copa da África, mas a vaidade indomável de seu treinador sufocou o jovem atacante e toda a Argentina. Maradona não é um Guardiola. Queria fazer os gols no lugar de Messi.

*O Cinemark exibiu o jogo em uma de suas telonas aqui em Brasília. Uma sessão de gala.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Simplesmente Complicado" é uma delícia

Eu criei duas categorias de filmes, já faz algum tempo.
Uma se chama “Filmes para Pensar” e a outra “Cinema ainda é a melhor diversão”, que, embora clássica frase, traduz de forma inigualável a magia dessa arte e nunca será substituída.
Ontem, revi um filme que pertence à segunda, mas, de forma divertida, namora a primeira. E nos faz rir, isso é importante.
“Simplesmente Complicado” (EUA-2009) é uma comédia romântica que honra o título  e nos mergulha suavemente no complexo mundo do casamento, do descasamento, de nossos encontros e desencontros.
Ora enaltece essa divindade, ora a questiona. A escolha é sua  ou, realmente, o casamento é uma escolha de dois “gumes”.
Mas o filme tem outras virtudes. O desempenho de Marly Strepp(As Pontes de Madson) é uma perfeição. Aproveitando a proximidade entre sua idade  e  a de Jane , a atriz esbanja talento, charme e a beleza de uma mulher madura e desejada. Sua personagem ainda nos fascina com o talento de uma prendada proprietária de uma confeitaria de inspiração francesa.
Por certas circunstâncias da trama, você pode lamber os lábios de desejo por um simples e descomplicado “frango assado com purê de batatas e vagens refogadas”, finalizado por uma torta de chocolate vaidosa por sua consistência e cor.
O ator Alec Baldwin (Os Infiltrados) também cresce no filme, num papel que parece ter sido escolhido para aquela fase de sua carreira.
Com texto divertido e boa trilha musical, que traz saudades para a minha geração, há momentos brilhantes na recordação que o ex-casal faz de sua vida e até um “tapinha” no cigarro famoso e proibido se torna cena hilariante e inesquecível.
A diretora Nancy Meyers (Alguém tem que Ceder), vem se notabilizando por transformar seus filmes nesse conjunto harmônico que nos oferta temas universais de forma peculiar e deliciosa. Seu olhar feminino sobre as relações afetivas distingue seu trabalho.
Steve Martin (Pantera Cor de Rosa/Doze é Demais/Roxanne) também nos brinda com sua categoria.
Descomplique o seu dia, assistindo a esse filme. Não vai se arrepender.






sábado, 21 de maio de 2011

Uma estatueta para o "Risoto Negro"

Era um domingo sossegado. Temperatura de 25°, céu limpo e sol se despedindo lentamente, pois já eram quase quatro horas.
Minha filha sugere almoçarmos no "Dona Lenha", uma franquia com vários endereços em  Brasília, dedicada à gastronomia mediterrânea. Fomos ao restaurante  que fica no Gilberto Salomão, Lago Sul, um conjunto aprazível, com outras opções de mesa e sempre com  alguma boa feira nos finais de semana.
A casa é simples, bem arrumada, com cara de domingo.
Li no cardápio que "Dona Lenha" havia vencido um festival gastronômico em 2009. Fiquei animado.
Com fome  de verdade, e aquela que os olhos mantém sempre viva, gostei do "Risoto Negro", apresentado no final da página.
Estava quase sempre à procura de encontrar uma receita que desbancasse o primeiro lugar de um "arroz negro com molho de lula", que degustei na enseada de Botafogo, Rio de Janeiro, há anos atrás, também num domingo.
Finalmente, achei-o. Com  perfume de anis estrelado, lascas de salmão e mini cebolas assadas, julienne de aspargos frescos e alho confit, meu predileto estava carinhosamente envolvido por uma cesta "fina e crocante",  feita de uma massa chamada Filó, assada em  forno a lenha, o que dá ainda mais um toque todo especial ao prato.
A  cesta, ou concha, parecia carregar uma pérola como uma mãe leva seu bebê nos braços.
Pedi uma taça de vinho entre as ofertas e optei por  um Tarapacá Carbernet Sauvignon e parece que deu certo. Embora eu não seja um especialista em vinhos, gosto dos encorpados.
Foi um domingo perfeito com gosto de comida deliciosa, suave e elegante.










            

            


quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Julie & Julia" em nossa cozinha


Imagine ser a mulher de um funcionário do governo americano, desocupada, em uma Paris mais original em 1948.
Este foi o ambiente e realidade de Julia Child, a primeira americana a cursar a “Le Cordou Bleu”, prestigiada escola de gastronomia francesa, e que se tornou famosa por livro e programa de TV de muito sucesso nos EUA, onde popularizou a gastronomia francesa para outras americanas “sem ter o que fazer”.
Meryl Streep é Julia Child no filme “Julie & Julia” (EUA-2009), que acompanha seu marido  Paul (Stanley Tucci) pelo mundo e que resolve aprender a cozinhar para passar seus “enfadonhos” dias.
A reconstituição do cotidiano parisiense e os sabores que desafiaram a americana nos encantam e estimulam desejos contidos.
A outra parte do título, "Julie" (Amy Adams), é uma jovem insatisfeita com sua vida e que resolve aprender as centenas de receitas do livro “Mastaing The Art of French Cooking”, cinquenta anos depois, e reencontra alegria com seu blog, no qual relembra as preciosidades criadas pela americana pioneira.
O filme dá água na boca, nos olhos e nos pensamentos, além de ser divertidíssimo.
Meryl e Stanley atuaram juntos em “O Diabo veste Prada”. Amy aparece em "O Vencedor".

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Reencontrando a Felicidade"




Afrânio Alencar Matos (RJ), amigo e colaborador do blog, faz mais uma indicação.
"Reencontrando a Felicidade” ou "Rabbit Hole", originalmente, (EUA-2010) conduziu Nicole Kidman  à indicação de melhor atriz pela Academia em 2011, estatueta entregue, com justiça, nas mãos de Natalie Portman (Cisne Negro).
O drama descreve o tormento e a luta de um casal, Becca (Nicole|) e Howie, interpretado pelo ator Aaron Eckhart, para superar a morte prematura de seu filho pequeno.
Afrânio escreveu: “Clima perfeito e direção soberba sobre tema fácil de conduzir à emoção e ao choro".
O diretor é John Cameron Mitchell (Shortbus)
Aaron Eckhart  atuou em  "Invasão do Mundo - Batalha de Los Ângeles"


segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Cisne Negro" no Divã - parte 2


O filme "Cisne Negro" veio para ser lembrado além do Oscar recebido pela atriz Natalie Portman.
Compartilho mais uma contribuição de seguidores do blog:


"Cisne Negro" é um filme de fantasia...? Muitos diriam que sim! Eu mesma, assim que levantei da poltrona do cinema quando fui assistir (com muita expectativa pela combinação pontual da minha paixão por cinema com minha profissão enquanto psicóloga e, mais ainda, com meus anos de estudo e amor pelo ballet), ouvi muitos comentários tais como: "que filme louco!", "que viagem”... ou mesmo "Coitada"!!!

É... "Cisne Negro" é um filme denso e tenso, cheio de conflitos, medo e desejo, ação e passividade. Muitos acharam o filme "louco", outros (dois na minha sessão) saíram ainda na metade da apresentação. Pessoas "menos sensíveis", poderíamos julgar, esboçaram sorrisos ou mesmo gargalhadas ao final, enquanto comentavam sobre a "viagem" que o filme mostra! Não. Não se pode julgar a sensibilidade alheia e é exatamente isso que o filme mostra, também.

O filme é uma obra de arte do diretor Darren Aronovsky, a meu ver, por conseguir a proeza de traduzir em imagens e construções verbais a tensão psicológica e emocional que todos vivemos. Ele se aproveitou do seu talento e da magia de infinitas possibilidades que o cinema oferece para colocar nas telas uma história que nada mais é do que a luta tensa, conflituosa e cíclica que todo ser humano trava com seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Como diria uma professora minha da época de faculdade: "ainda bem que temos comportamento privado"!

O comportamento privado nada mais seria do que nossos pensamentos e "sentimentos”. Aquilo que "se comporta" privadamente, que cada um conhece e tem acesso a todo instante. Afinal, é difícil não pensar em nada, não é? A saga de Nina, que é mostrada com intensidade e maravilhoso acompanhamento sonoro, é vivida por todos nós, todo dia. Quem nunca teve um pensamento "paranoico"? Quem nunca "imaginou coisas" que nem por um decreto ousaria comentar em voz alta ou colocar em ação?

Nesse sentido que "Cisne Negro" é um filme REAL, muito real, mas que, por isso mesmo, é também um filme cheio de fantasias! A verdade é que a vida é intensa e muito angustiante, sim! Estamos o tempo todo pensando, sentindo, vivendo, imaginando e se comportando, nem sempre de forma controlada e nem sempre com base em "verdades".

Lá vem outra questão que o filme traz como pauta ampla: a percepção. Quantos de nós e por quantas vezes não tivemos uma percepção "equivocada" de algo ou de alguém em algum momento? A percepção é um ângulo... uma forma de visão, que pode mudar a qualquer momento. Tudo isso é mostrado em imagens fortes que mostram a confusão que a bailarina Nina vive para enfrentar seus desejos e medos e dançar o cisne negro. Afinal, o branco ela dança perfeitamente. Mas nada é perfeito, não é? Nem infinito!

O equilíbrio entre a leveza e a pureza do cisne branco e a agressividade e sensualidade do cisne negro é como o filme: uma fantasia real... ou seria uma real fantasia? Talvez o filme tenha deixado um recado ao seu final arrebatador: nem tudo é o que parece. A perfeição é sim atingível, mas somente no âmbito da arte. Por isso a arte e todas suas formas são tão sedutoras e belas. Todos nós vivemos lutas entre o cisne branco e o negro, mas cabe lembrar que nada é branco ou preto, sim ou não. E isso também é bagagem que o filme nos possibilita levar.

Nina vê na imagem da personagem da Mila Kunis uma rival, fantasia e projeta de forma permanente e cada vez mais intensa. Em sua imaginação todos podem virar vilões, afinal ela está em uma guerra, mas trata-se de uma guerra psicológica, que todos nós travamos e que teremos que "controlar" todos os dias, em situações diversas.
"É difícil a vida da bailarina"!
O medo, realmente, mora perto das ideias loucas.

Como canta Chorão, o vocalista da banda de rock brasileira "Charlie Brown Jr", que sempre ouvi e que também faz poesia: "o impossível é só questão de opinião, e disso os loucos sabem.”
A loucura e a sanidade são polos mais próximos do que a maioria imagina, mas isso é pessoal.
Como disse Caetano: "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
Que o diga Nina!

Talita Teresa Gomes Furtado - Psicóloga e mestra em Políticas Públicas.

domingo, 15 de maio de 2011

Nastassia Kinski e o livro aprovado pelo MEC

No filme "Tess, uma lição de vida", dirigido por Roman Polanski e estrelado por Nastassia Kinski, Tess, uma adolescente da Inglaterra rural na metade do século 19, revela ao seu futuro patrão que fez  o secundário, expressa-se e escreve adequadamente.
Hoje eu li a notícia que o MEC aprovou um livro que sugere tolerância com a falta de concordância na comunicação oral, pois esta não precisa seguir rigorosamente a escrita culta.
Para a autora( e o MEC), devemos entender e ser tolerantes com quem diz, por exemplo, ...eu não gosto DOS FILME americano...
A obra ainda diz que "cabe a escola" mostrar que há uma forma "culta" e que as circunstâncias orientam os usos.
A pergunta que me faço, no singular , no plural, do jeito que me permitirem, é o que a academia esconde com essa tese.
Peço que vejam a notícia, para evitar mal entendidos, e tirem suas próprias conclusões.
Depois, com calma , escrevo sobre o filme, uma obra prima sob qualquer norma e  que revela o cuidado dos ingleses daqueles tempos, mesmo nos condados do interior, com a educação dos filhos.
OBS: sejam tolerantes com algum erro involuntário neste texto."É" as circunstâncias!

sábado, 14 de maio de 2011

O BeBossa faz mágica no palco

O BeBossa é um sexteto vocal a cappella de MPB formado em março de 2000, com uma sonoridade sofisticada e contemporânea, com influências que vêm tanto da música brasileira como do Jazz e do Blue, de grupos como Boca Livre, Os Cariocas, MPB4, Quarteto em Cy, Manhatan, Transfer, Take 6.
As principais características do trabalho são a fusão da rítmica brasileira com uma harmonia jazzística e, sobretudo, o fato dos sons serem produzidos apenas por vozes, sem nenhum instrumento, ou seja, a cappella.
Essas vozes por vezes soam como instrumentos, proporcionando ao público a sensação de estarem ouvindo uma banda, com sons de trumpetes, baixos, guitarras e percussões.
O grupo é formado por Zeca Rodrigues (arranjos), Carol Assad, Matias Correa, Marcela Mangabeira, Cauê Nardi e Marcela Velon.
A introdução acima foi copiada do site do grupo, que descobri no programa Estúdio i, da Globo News, apresentado pela inigualável Maria Beltrão.
O charme está na total ausência de instrumentos musicais, embora isso pareça impossível de ser verdade quando escutamos as seis vozes.
Eu fiquei de queixo caído, ouvido atento e olhos esbugalhados: em que lugar do palco os instrumentos foram escondidos? E o baixo? Quem escondeu a bateria?
Mas é música de verdade, afinadíssima, cheia de charme que transborda das faces radiantes dos músicos artistas, sabedores do encanto que causam com talento raro e da delicada homenagem que fazem à Bossa Nova, que nunca envelhece.
Eles acabam de lançar o segundo CD.



O programa foi exibido nesta sexta,dia 13, no programa Estúdio i, da Globo News.
Veja no endereço: www.g1.globo.com/videos/globo-news/estúdio-i/v/sexteto-bebossa 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Você tem coragem de passar "Uma Noite no Museu"?

Causou surpresa quando eu disse, em casa, que o filme “Uma Noite no Museu” (EUA-2006) era espetacular. Afinal, é uma comédia supostamente infantil, que traz efeitos especiais e relata uma brincadeira da imaginação de crianças, talvez parecida com as historinhas inventadas que contamos para nossos filhos dormirem.
Eu, por exemplo, quase escrevi um roteiro sobre a vida silvestre em que coelhinhos brancos e pretos passavam sustos e alegrias, para Talita adormecer.
Mas é isso mesmo. O filme é excelente tecnicamente, lembra o drama (ou comédia) cotidiano de pais separados para criarem seus filhos, especialmente quando o homem está desempregado e tenta convencer o garoto de que será bem sucedido, e nos prende suavemente na poltrona.
Larry Daley, interpretado por Bem Stiller (Entrando Numa Fria/Quero Ficar com Polly) consegue a duras penas um emprego de vigia noturno no Museu Americano de História Natural e descobre um mundo encantado em que peças empalhadas ou de cera, homens e bichos, ganham vida durante a noite, relembram a história, despertam personagens belíssimas e tiram do sono macacos irritantes ou um tiranossauro rex sapeca e simpático.
Entusiasmados, torcemos para que o dia nunca amanheça.
Claro que tem, ainda, um pouco de romance, amores impossíveis e mulheres enigmáticas dos tempos primordiais.
Theodore Rooselvelt desce de seu cavalo e ajuda o vigia atormentado a conduzir uma noite surpreendente, numa interpretação simpática de Robin Willians (Bom Dia Vietnã/Sociedade dos Poetas Mortos/O Pescador de Ilusões).
De quebra, podemos até revisar nossas ambições com a carreira brilhante, suposto passaporte para os filhos sentirem orgulho dos pais.
Feche os olhos, ou melhor, abra-os bem e passe uma noite no melhor museu do mundo.
Palmas para o Diretor Hal Ashby.
Veja ainda, se gostar, "Uma Noite no Museu II" e compare.





segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Nada é Para Sempre", nem Brad Pitt, nem as trutas


Robert Redford ficou conhecido por filmes de grande sucesso como “Butch Cassidy and The Sundance Kid”, “Proposta Indecente” e “Gente Como a Gente” e ganhou um Oscar pelo apoio ao desenvolvimento do cinema, em 2002.
Uma reparação da Academia, que lhe negou a indicação para melhor Diretor em 1992, com o filme “Nada é Para Sempre”.
Este drama americano (1992), passado no início do século XX, no condado de Missoula, Estado de Montana (EUA) é filme de cabeceira.
Conta a história de dois irmãos, vividos por um jovem Brad Pitt e pelo ator de seriados de TV Craig Sheffer. Os dois são filhos de um reverendo conservador, interpretado por Tom Skerritt (Alien – O 8º Passageiro/Brothers and Sister).
O enredo desfila em meio a uma fotografia extraordinária, encantadora, à altura de uma história sensível, cuidadosa, familiar e intimista.
Os encontros entre os irmãos e o pai para pescarem trutas ficam para sempre na memória, apesar do nome do filme.
A habilidade no lançamento da linha de pescar, que realiza um ballet sobre o rio até mergulhar em definitivo para fisgar as trutas, é especialmente sedutora. Dá, sim, vontade de pescar. De pescar ali, naquele tempo.
O filme nos faz recordar de toda a nossa vida, seja de onde formos, repensar o presente e imaginar mudanças radicais para o futuro.
Contemporâneo de um mundo instantâneo, "on" , de valores confusos e que me inquietam ,deixando-me sem saber exatamente o que sentir e como me comportar, a vida modesta e sossegada daquele lugar me seduziu. Como era simples, apesar dos dramas da vida, ser gente em Missoula.
Lembrei-me da minha infância na Ponta de Areia, uma aldeia de pescadores à época, em São Luis(MA). Como no filme, deitávamos na areia macia para olhar para o céu cheio de nuvens desenhistas e imaginar o que seríamos quando fôssemos grandes. Meu irmão queria ser astrônomo.Hoje é uma das estrelas do ceú.



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Fotos de Pescador

George Alves Soares, do Rio de Janeiro, faz uma indicação para o Roteiro.
O filme peruano "Contracorrente", premiado em importantes  festivais internacionais como o Sundance Film Festival e o Miami International Film Festival. Em ambos foi premiado pelo público.
Abriu, ainda,  o 18º Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual e levou o Coelho de Prata para Melhor Longa-Metragem, também por consagração popular.
A temática é um triângulo amoroso homossexual entre um pintor e um casal de pescadores. O filme se passa em uma vila de pescadores peruana, com bela fotografia, roteiro inteligente e aborda com equilíbrio diversos temas culturais e religiosos.
Escolhido para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011, é um filme de arte contemporâneo.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Água para Elefantes" refresca a alma

Qual foi a última vez que você foi ao circo? Não ao Soleil, lona de mágicas e sonhos dos tempos modernos. Refiro-me ao velho circo de sua infância. Faz tempo, provavelmente.
Agora imagine voltar à década de 30, no século passado, em plena depressão americana e viajar com um circo pelos EUA, dentro de um trem.
É a este espetáculo de filme que o Diretor Francis Lawrence nos convida, como se pudesse bradar: "Respeitável público!”.
"Água para Elefantes” (EUA-2011) apresenta o ator Robert Pattinson (A Saga Crepúsculo) ainda apaixonado no papel de Jacob Jankomski, mas longe das exigências do mundo dos vampiros.
Com os pés no chão e as mãos mergulhadas em enxerco, enfrenta um vampiro do mundo real, August, interpretado pelo ator austríaco Christophe Waltz (Os Três Mosqueteiros/O Besouro Verde/Bastardos Inglórios) em desempenho exuberante, e desde já uma promessa de premiação.
Os dois disputam Marlena, papel de Reese Witherspoon (Como Você Sabe/Surpresas do Amor/Johnny e June), a estrela da companhia e mulher do dono.
Jacob, o quase veterinário, encontra seu destino, também, através do amor aos animais.
O filme revela uma paixão comovente, nascida tão naturalmente como são as verdadeiras, e o  circo dos horrores, com bastidores fétidos, animais maltratados, homens sem alma e trabalhadores aflitos. Quase não se nota os artistas.
Ao final da sessão, dividiu-se um silêncio respeitoso e um ensaio de aplausos. Pena  que as palmas não insistiram.
O  espetáculo merecia.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Rio 3D, animação polêmica


Rio ,o filme para inglês ver

Belas imagens! Mas e a mensagem?
É bom pensar bem antes de decidir não ser mãe, porque você pode arranjar trabalho adicional. Este é o meu caso. Decidi não ter filhos. Mas, como não pude decidir não ter sobrinhas, elas estão aí. E gostam de mim!!
Gostam tanto, que me pedem coisas absurdas, como assistir ao filme do Justin Bieber usando camiseta e tudo!!!!! Mas, com um pouco de psicologia, me livrei da camiseta.
Depois dessa aventura, fomos assistir ao filme Rio. Lanchinho em mão, óculos (para miopia e 3D) a postos, começou a sessão.
Como todos sabem, trata-se de um belo filminho com lições ecológicas inestimáveis e personagens adoráveis. Eu realmente adorei todos eles.
Fiquei emocionada quando aqueles dois passarinhos disseram à ararinha, que veio se reproduzir, para estufar o peito, fazer olho de gavião e chegar chegando, porque “mulher brasileira gosta de ser pega de jeito!”
Também achei o máximo a dentista do brasileiro passar rebolando na frente do carro, fantasiada de não sei o que, e lembrando ao seu cliente para passar o fio dental. E, quando a americana se espantou com o vestuário, foi logo alertada de que todos no Brasil se vestem daquele jeito e que ela também estaria assim em pouco tempo.
Por falar em brasileiro, não consegui mesmo identificar qual o problema mental daquele rapaz. Não sou da área da saúde. Mas, mesmo assim, pude perceber que, qualquer que seja a debilidade que ele porte, está em estágio terminal.
E os macaquinhos, que lindos! Todos escurinhos e espertinhos! Atacam os turistas no Pão de Açúcar, furtando todos os seus pertences, inclusive alianças e aneis, com os quais permanecem durante todo o filme. Ah, e ainda arranjam uma bela briga de gangues em algum momento do longa.
Os carros, então, são um primor: fusca, kombi, lada… nem sei mais os nomes. São todos modelos da década de setenta, muitos concebidos antes de mim.
E tem a praia! Ah, a praia! Um zilhão de pessoas e, ainda assim, foram capazes de mostrar a bola batendo em cheio no popô G de uma mulata desavisada que estava recostada em uma barraquinha.
Serviço especializado? Nem pensar! O cachorro, que mora lááááá na casa do caramba, só conseguiu tirar a corrente por acidente. Mas também, não poderia ser diferente: estamos no Brasil e ele estava com pressa para correr para o carnaval vestido de Carmen Miranda.
Pelo mesmo motivo, o segurança que deveria monitorar os passinhos da ararinha perdeu a pose. É carnaval, minha gente!! Vamos largar tudo de lado e nos divertir!!!!!
E, por qualquer trocado, é possível comprar os serviços de um menininho da favela, mesmo que esses serviços sejam moral e legalmente duvidosos.
Ai, Sandra, não seja tão pessimista; a ararinha azul disse que o Rio era a coisa mais bonita que ela já havia visto em toda a sua vida. Claro, ela é brasileira! E, é lógico, o sangue fala mais alto. Somos passionais. Além disso,  ‘o Rio de Janeiro continua lindo’!
O filminho é realmente encantador, com paisagens belas e belos animais. Mas, no fundo, não passou de uma cartilha mal disfarçada para os gringos que vêm para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Tudo bem, não posso negar: as coisas que foram retratadas procedem, de alguma forma. No Brasil há violência, há indolência, há corrupção, há turismo sexual e há sacanagem sim. Mas, definitivamente, não é isso que define o País.
Somos também uma nação próspera, em pleno desenvolvimento, que, espero eu, um dia vai deixar de ser colônia de exploração.
Desejo, de verdade, que a má impressão que o filme tenha deixado nos futuros turistas seja totalmente desfeita por uma linda celebração.
Eu confio no Brasil, eu confio nos brasileiros, e sei que, ao contrário do filme, a Copa e as Olimpíadas não serão eventos para inglês ver. Serão eventos para o mundo todo aplaudir!
Sandra Cosseti
http://sandracosseti.wordpress.com/

*Este post é uma colaboração do amigo Adroaldo Quintela(DF).O filme não emocionou o Roteiro e a opinião expressa a sensibilidade da autora, uma nova amiga deste "ofício".

domingo, 1 de maio de 2011

Canalha, substantivo feminino

Martha não esconde, em sua obra, o modo sofisticado do seu olhar sobre o comportamento feminino. Coragem e ousadia ajudam, ainda, a apimentar o livro.
Eu a descobri em uma entrevista ao programa Espaço Aberto Literatura, do Globo News e num bate-papo com o Jô Soares.
Para os homens, o livro pode ser visto como um alívio ou uma ameaça. Depende do grau de machismo de cada um.
De Larissa, uma estagiária, até Cristina, uma dentista de 48 anos, passando por Ângela, Diana, Ingrid e Mariana, os relatos são fortes, trazem algum medo, arrepios e são canalhices que não imaginamos as mulheres praticando, muito menos as nossas.
Talvez confirme o que sempre ouvimos por ai e não damos muita atenção: quando as mulheres aprontam é sempre bem feito, nem suas amigas sabem e só descobriremos se elas quiserem.
Totalmente verdadeiros ou misturados à criatividade de Martha, os depoimentos causam polêmicas, enfrentam a prepotência masculina e deixam, certamente, muitos homens com a barba de molho.
Por cautela, sugiro a leitura.
“Canalha, substantivo feminino” foi lançado este ano pela Editora Record e é baratinho.