sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

“As Aventuras de PI” surpreende, encanta e quase me deixa sem palavras.


Quando me emociono o suficiente para compartilhar um filme no blog tenho pouca dificuldade para escrever.
Deixo a emoção e a lembrança fluírem. Fiel ao pensamento. Sem preciosismos.
Mas, desde ontem, procuro tranquilidade para organizar o turbilhão de emoções que este filme me causou.
Nunca vi nada igual no cinema, mesmo que a tecnologia de hoje transforme um diretor em mágico.
O realismo-fantástico que nos envolve parece verossímil, mesmo para uma plateia de adultos.
A mistura de uma aventura juvenil em 3D com uma quase saga, a fé poderosa de um garoto, as maravilhas que o diretor de fotografia consegue realizar nos mostrando aspectos inéditos da vida em alto mar, o roteiro preciso, sem armadilhas, mas criativo e translúcido, enfim, formam uma extraordinária invenção surpreendente de um diretor ousado como Ang Lee (O Segredo de Brokeback  Mountain).
Um dos protagonistas, o principal, é o jovem ator Suraj Sharma, desconhecido, que nos faz deixar a sala pensando em seu próximo filme. Foi escolhido por acaso. Compareceu aos testes apenas para acompanhar o irmão.
O outro é um tigre. Sobre ele, o meu respeitoso silêncio.
Ambos atravessam o pacífico numa pequena balsa, após um naufrágio. No final, os dois se salvam e um deles conta a história mais sensacional que já vi e ouvi.
Tomara, tomara mesmo, que tudo tenha sido verdade.
O filme está indicado a 11 estatuetas, foi feito nos EUA e deve entrar para a história do cinema contemporâneo.
Difícil outro candidato ao Oscar ser tão magnífico. Este filme é paixão imediata.
O autor do livro em que o filme foi baseado, Yann Martel, se inspirou num outro, escrito pelo brasileiro Moacyr Scliar. Este conta a fuga de um refugiado judeu que atravessou o Atlântico num bote, acompanhado por um jaguar.