Não se trata de choro de tricolor.
Foi unânime a indignação de torcedores, jornalistas e apaixonados por futebol pela anulação do gol de Fred, no final do jogo entre Flu e Atlético (0x0), domingo passado, no Engenhão.
O erro ainda se destacou mais pelo significado do jogo entre duas equipes candidatas ao título e pelo desempenho do Galo de Ronaldinho, líder do campeonato.
As perdas para o Fluminense foram grandes e os dois pontos que foram arrancados do tricolor farão muita falta. Na verdade, o vencedor daquele jogo sairia, mais do que nunca, candidato ao título.
Mas este post vai deixar o detalhe de lado.
Importa a oportunidade, mais uma, de discutirmos o uso da tecnologia para auxiliar a arbitragem em lances rápidos e cruciais durante uma partida de futebol.
Em 2010, já que mais uma Copa se aproxima, a Inglaterra sentiu dolorosamente a sua classificação escapar por um erro grotesco e escandaloso. Fez um gol legítimo, com a bola entrando claramente mais de um metro no gol da Alemanha, que o juiz anulou. A história da Copa poderia ser outra, caso a Alemanha não se classificasse.
Mas não faltam exemplos no passado, no presente e não faltarão no futuro, se nada for feito.
O tênis já usa a tecnologia e nem por isso deixou de ser um esporte de alto nível e de muita emoção.
Aliás, para aqueles que argumentam que o erro faz parte do futebol porque gera polêmica, lembrem-se que gera, isto sim, mudanças irreparáveis na trajetória de clubes, jogadores, treinadores, investidores e, claro, tristezas e desilusões desnecessárias ao torcedor, craque da arquibancada e sustentação dos valores culturais, esportivos e econômicos do futebol.
Nem um atleticano reclamaria de um gol confirmado sob o olhar da verdade.
Aliás, torcedor algum, reclama da verdade. É balela atribuir ao erro um elemento necessário para alimentar a paixão no futebol.
A paixão é maior, ainda, se a regra for cumprida, pois assim não existirão desculpas para os adversários.
A FIFA passa por uma depuração moral, untada que parece ser pela corrupção.
É hora de limpeza de seus vícios equivocados, como o conservadorismo de uma geração que passou do tempo.
Há muitas formas de adaptar a tecnologia, como parece que será confirmada para a Copa em 2014, mas não sabemos o quanto nem como.
Há consenso que cada time possa ter direito a um número "X" de solicitação dos recursos para tirar dúvida em lances polêmicos.
Esse parece ser um bom começo.
Mas é preciso fazer pressão e exigir da imprensa esportiva, dirigentes e atletas manifestações favoráveis.
Vale a pena fazer campanhas pelas redes sociais e organização de manifestações nos espaços devidos.
A causa não é pequena.
O futebol é um dos esportes mais importantes do planeta e o mais apaixonante, e universal. Cria gerações e mais gerações de atletas, é esporte e lazer ao mesmo tempo, envolve e entrelaça pessoas bem intencionadas, movimenta a economia, gera empregos e impostos, numa cadeia produtiva consistente.
Chega de "emoções" às avessas. Ninguém quer ganhar com erros de arbitragem.
O torcedor não prefere isso. É mentira, tanto quanto o erro de domingo.
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