terça-feira, 17 de julho de 2012

"Na Estrada" é um filme para se pedir carona.

Escrevo este post com enorme satisfação. Esperava ansioso.
A maior riqueza de uma vida é, seguramente, a liberdade. Palavra fantástica, ampla, encerra tanta coisa.
Adolescentes, jovens e até adultos, todos nós ansiamos por ela. Ser livre para escolher, estar aqui ou ali. Fazer isso ou aquilo. Realizar as nossas próprias revoluções, políticas ou de costumes.
É um sonho que embala a vida.
"Na Estrada” (EUA/Brasil-2012), dirigido pelo brasileiro Walter Salles, revive sonhos de outrora.
Há pecados na aventura, alguns imperdoáveis. Há um amigo-inimigo, doido de pedra, irresponsável, louco e moribundo. Sem pai nem mãe.
Mas o que vale é a ideia original.
Amizade de garotos, solidários na fome (diversas), na falta de grana, apaixonados uns pelos outros.
Amores sem limites entre homens e mulheres, homens e homens. Sensualidade ardente.
Dean Moriaty, interpretado por um surpreendente e carismático ator chamado Garrett Hedlund, é o líder irresistível. Sua voz de adulto, firme, chega suave aos nossos ouvidos atentos. Vaga bêbado atrás do pai, da mãe, da família que nunca teve.
Seguem-no Sal Paradise (Sam Riley) o escritor, Carlo (Tim Sturridge) o poeta, Marylou (Kristen Stewart) a namorada sofrida, despedaçada, drogada, mas amante apaixonada, encantada, enganada nos seus breves ainda 17 anos, coitada. Os quatro "arrebentam" na interpretação.
Num EUA explodindo de oportunidades e contradições pós-guerra, berço esplêndido da contracultura, inspiração para drogas, rock e poetas suicidas, mas com estradas boas já naquele tempo, veem-se paisagens tórridas e geladas.
Cidades grandes, pequenas, norte, sul, leste, oeste, onde a polícia rodoviária é tão eficiente quanto corrupta.
Carros antigos que funcionavam como os nossos de agora, jazz puro e de primeira, sexo e muita doidice.
Muita coisa para não ser repetida. Menos a estrada, o jazz, os livros e o sexo.
O filme não cansa. A cada cidade por onde a turma foge de si mesma há novos personagens e cenas quentes.
Mas há o amor incondicional entre os amigos e o sonho louco por liberdade.
Durante quase duas horas eu segui os malucos, mas não fumei nenhum baseado.
Valeu, Walter.

O filme é baseado no romance "On The Road", de Jack Kerouac, publicado pela primeira vez em 1957.
Jack foi um dos maiores representantes da "geração beat americana" e seu livro inquieta mentes e corações até hoje.
No filme, Sal e Dean são as projeções do próprio Jack e de seu amigo de aventura Neal Cassady.
Ninguém menos que Francis Ford Copolla produziu o filme.


Sal e Dean( google imagens)


Vale a pena bisbilhotar o site oficial: http://www.naestradaofilme.com.br/




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