quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tambaqui, camarão, pato e carneiro

José Carneiro é Vieira também. O nome é um cardápio de bicho da terra e do mar. Carne e molusco.
Conheci esse patoense na minha infância.
Foi o primeiro ser humano que mesmo com o braço quebrado mantinha o charme, jogava bola com as malandragens da perna esquerda e era meu primo. Tudo ao mesmo tempo.
Vivíamos à época, como agora, em um "bom clima".
Seus cabelos cacheados pareciam ser para sempre, embora já sugerissem que ele seria botafoguense.
Mas deu tudo errado.
O pouco do que restou lembra um resquício de neve escorregando do cume indefeso de uma montanha arredonda.
Na verdade, Zeca, Neto, Netinho ou Carneirinho é um dos cabras mais puros e generosos que conheço.
E com espontânea e incomum alegria preparou um cardápio de chef no sábado que passou.
Sua casa acolhedora apresentou um desfile premiado: tambaqui do Amazonas grelhado em filés tenros e bem temperados, moqueca maranhense com gosto de praia de pescadores e pato no tucupi com jambú aromático do Pará.
Misturando-se com tudo, uma farofa amarelinha e torrada das bandas do grande rio.
Suaves cachaças na entrada como aperitivo e pudim diferente na saída.
Roteiro se achou e se perdeu com tanta formosura e delicias de Zeca.
Luiz Raimundo, Carlos Augusto, Maria da Paz, Kátia, Léa, Cláudia... Vocês perderam.

Adivinhe quem é o chef Carneiro.