sábado, 31 de dezembro de 2011

A farofa de Papai Noel

A farofa é invenção dos tempos coloniais. Originalmente feita com farinha de mandioca ou milho, tornou-se iguaria comum à mesa dos trabalhadores por seu baixo custo.
Ficou famosa enroscada em galinha assada ou com ovo, além de outros companheiros gordurosos.
Todo mundo gosta, inclusive os mentirosos.
A ceia de Natal geralmente tem peru assado, pernil, bacalhau, rabanada e farofa.
Ela sempre aparece no final da lista, assim como um coadjuvante discreto, ora envergonhado.
Mas eu descobri, no tradicional almoço do dia 25, em família, uma mesa revolucionária.
A ordem de apresentar o cardápio começava pela farofa. Era ela no início e ao centro, cercada pelo resto(peru assado, bacalhau, creme de camarão, tender e um arroz metido a besta - e gostoso.) Foi assim que compreendi a mesa.
Crocante, harmonizada com salsa fresca, adequadamente picante, a vedete preenchia a boca como sabor principal. Humilhou os colegas de mesa, cuja existência se tornou comum e até dispensável. Uma farofa que não precisava de acompanhantes. O "peru" do Natal.
Mas o seu segredo, revelado com duas ou mais colheres, tinha charme: o velho e conhecido Neston e mais alguns cereais. É isso mesmo, a mais delicada e imponente farofa de Natal é uma boa mistura com Neston, companheiro de infância, causador de células gordas para sempre, em alguns casos, esperança das mães que acham que  o seu filho tem que ser "forte".
Dayse Maria Dias Vieira, a farofeira e anfitriã, mandou-me a receita que guardava a sete chaves, mas que agora compartilho.
Domingo é dia de farofa, com muito orgulho.
Você tem uma lata de Neston na dispensa?

Ingredientes
100 g de manteiga ou margarina
Meia xícara (chá) de uva passa preta sem semente (50g)
4 xícaras (chá) de Neston e 3 Cereais
1 colher (chá) de sal
Meia colher (chá) de pimenta-do-reino
1 colher (sopa) de salsa picada
Modo de Preparo:
Em uma frigideira, derreta a manteiga. Acrescente a uva passa e frite até dourar. Junte o Neston, o sal, a pimenta e misture bem. Coloque a salsa no momento em que for servir.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faltou um Oscar para Chita

Chita não morre sozinho, aos 80 anos, na Flórida(EUA).
Leva consigo uma parte de minha infância tímida, mas que se expandia e sonhava diante de um  televisor sem cores sobre quatro pés de madeira, esguios e firmes.
Tarzan com  seu famoso grito e as gracinhas de Chita eram uma janela para a alma.
Johnny Weissmuller, meu primeiro herói do cinema, tratava-o com zelo e não tinha menor graça sem ele ou Jane. Era uma família feliz, vivendo de forma sustentável, muito antes de nossa ideologia de agora.
Foi, o macaco ator, parte da história do cinema entre os anos 30 e 40.
Não teve apoio para eternizar suas patas na calçada da fama, como Lassie e Rin Tin Tin, animais atores mais bonitinhos.
Não era macaca, como eu pensava quando criança. Por efeito da grafia na tradução feita por produtores latinos, tornou-se Chita e virou "mulher". O nome do macaco, no filme, era Cheetah.
Não faz diferença. Foram-se Chita e pedaços de um tempo. Ficam as lembranças.

Três atores de um tempo de magia


"Tudo pelo poder" é um dos melhores do ano


"Tudo pelo Poder"(2011-EUA) traz uma abordagem  interessante em um roteiro nem tanto original e deve se tornar um bom concorrente a prêmios ou boas lembranças no Oscar 2012. Já está listado para o Globo de Ouro do ano que vem.
George Clooney(Onze homens e um segredo) estrela e dirige a si próprio, dando prosseguimento a uma carreira de Diretor ainda no início, mas que poderá ser bem notada.
Seu coadjuvante é um ator excelente, um dos meus preferidos, Ryan Gosling(Amor a toda prova) acompanhado por um elenco de estrelas e jovens revelações, como a angelical Evan Rachel Wood(Tudo pode dar certo)
Em plena campanha para a indicação a candidato dos Democratas em eleição presidencial nos EUA, o personagem de George, um Governador, faz campanha com cara politicamente correta até que uma estagiária - de novo - abala fortemente o roteiro.
O "descuido", contudo, não é original e nem é a parte mais importante da trilha.
A luta pelo poder, eterna e universal, expressa de forma sangrenta entre os comandantes das campanhas pela preferência dos democratas nas prévias, esta sim, é o centro das atenções.
O filme procura sugerir que a luta pelo poder é um fantasma democrático que se apresenta à vontade tanto para atormentar uma estagiária a procura de um lugar ao sol quanto aos demais soldados na hierarquia das agências de marketing político.
Cabe ao número dois da campanha do governador democrata, um jovem talentoso, carismático e ambicioso, escorregar pelo labirinto de armadilhas dessa antiga guerra humana. Gosling empresta seu brilho ao personagem que,  na lona, dá a volta por cima e espreme o seu próprio candidato com a  mais conhecida das armas repugnantes: a chantagem.
O filme é contemporâneo e cuidadosamente lançado às vésperas de uma nova eleição presidencial nos EUA.
Entretanto, no que se refere ao mundo da política, o amargor desta realidade de contradições presentes na democracia representativa ainda é melhor de ser enfrentada que o nepotismo cara-de-pau que o mundo assiste na Coréia do Norte.


George Clooney em "Tudo pelo Poder"

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Oscar para "Filhos de Deus"

Google imagens
Este é o primeiro Natal do Roteiro com vocês, amigos ou seguidores.
O blog não pretendia, e continua assim, tornar-se uma badalação, nem conquistar espaço comercial.
Começou num gesto de amor, a indicação de um filme que me comoveu, e foi crescendo, crescendo, como diz a música, estimulado por colegas e amigos que revelavam gostar das dicas que lhes importunavam via e-mail.
Eu passei a gostar também. Reaprender a escrever sem ter um revisor é um enorme desafio e aprendizado. Costumo dizer que saberei escrever em alguns anos.
Tornou-se meu refúgio intelectual, meu momento de expressão autêntico, onde me apresento totalmente livre, correndo riscos, expondo preferências e posições políticas e ideológicas de forma subliminar. Percebi que por trás de cada indicação, especialmente de filmes, expunha revelações que, articuladas num quebra-cabeça, revelam o homem.
A mensagem de um Feliz Natal e Próspero Ano Novo, portanto, do Roteiro se mistura ao agradecimento àqueles que diariamente acessam ao blog, voluntariamente.
Para não perder o bom hábito de compartilhar aquilo que me emociona, recomendo um documentário sobre a vida de Jesus Cristo, "Filhos de Deus", que está passando no canal GNT- programa GNT.Doc - locução de Silvio Bocanera, com interessante caráter investigativo e científico.
Não afronta a fé e, pelo contrário, torna até mais verossímil a história extraordinária deste “homem” incomum, divino, imortal, sábio e amoroso.
Boa forma de lembrar “Dele” e de sua proposta de vida simples e inigualável, mas especialmente  verdadeira e desafiante.

Veja o link:
http://gnt.globo.com/gntdoc/videos/_1737742.shtml

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O melhor "Chibé de Rabada" de Ipanema

Era uma manhã de sábado com cara de segunda. Fria e nublada.
Consegui antecipar meu voo, sem nenhum custo, e ganhei de presente de Natal da companhia uma poltrona “conforto”, como se diz hoje. Gostei da regalia.
Quando o avião se aproximava do aeroporto, fez uma curva diferente do habitual e passou bem pertinho do Cristo Redentor.
Da janela, vi o “cara”, muito próximo. Cena rara nestes últimos meses e muito adequada para a época. Olho no olho, pedi proteção e agradeci por tudo. Tive a impressão que olhou exatamente para a minha janela. Chegada abençoada. Natal Feliz.
Na fila do taxi, organizei meu roteiro. Telefonei para o primo a quem iria visitar e parti com destino à Visconde de Pirajá, em Ipanema.
Em seguida, uma parada técnica no Rota 66, bar-restaurante mexicano, tipicamente da região, na Farme de Amoedo, rua conhecida pela predileção de todos os gêneros.
Gosto desse bar e os primeiros chopes, com colarinho de dois dedos, inundaram a minha alma.
O terceiro não chegou por que outros primos me convocaram para um mais famoso, o Bracarense, no Leblon.
Cheguei de mala e cuia no destino: a mala de bordo numa mão e o terno de trabalho da segunda-feira, devidamente protegido, na outra. Foi a primeira vez que cheguei a um bar nessa condição. Lotado, seguramente ninguém notou ou se importou com a cena.
Chegaram, então, o segundo e terceiro chopes.
O primo mais velho, com seu humor inteligente e felino, fez uma ligação e determinou:
Vamos agora para a “Nossa Casa”, na Paul Redfern, fronteira do Leblon com Ipanema.
Eu disse, com mesmo humor, que esperava que esse novo bar fosse de primeira.
Ele prometeu lugar sossegado, aconchegante e open bar, com variedades: uísque, vinho e cerveja.
A vedete da mesa seria uma “rabada” incomum, completou, delicada e macia, obra prima da chefa da cozinha do lugar. “E vamos que vamos”, dissemos todos.
O lugar era mesmo como ele prometera. Reservou uma mesa de oito lugares, na parte de cima e acesso fácil ao banheiro. Uma família adorável já curtia seu sábado. Lugar de primeira, com espaço para as crianças brincarem.
Troquei a espuma por um copo cheio de gelo e malte original. Perfeito.
Mais um pouco e ela chega, a “rabada” sugerida. Seria a minha segunda vez com a iguaria. Confesso que não aprecio (ava). Mas não há nenhum pingo (não é pinga) de preconceito. Simplesmente evitava.
Mas, no “vamos que vamos”, topei. Adequadamente quente, com molho vasto e simpático, cor de rabada, coloquei um pedaço no prato e fui...
A carne saborosa que envolvia as partes mais duras, vamos assim dizer, o osso, estava requintadamente bem temperada e macia. Dissolveu.
Para completar, chega um punhado de farinha de Pinheiro, cidade da baixada do Maranhão, metida a ser a mais crocante e amarela farinha d’água da região.
Não resisti. Duas colheres de sopa da famosa que foram encharcadas por três daquele molho cheio de personalidade. Do lado, um tricolor cirurgião diz: isso se chama “Chibé”, um clássico da cozinha maranhense.
Felicidade preencheu toda a boca e tive que repetir, discretamente.
Depois desse roteiro interestadual, a notícia triste da perda do conterrâneo Joãozinho, o Trinta, ficou assim mais amenizada.
O roteiro daquele sábado bem que poderia terminar com um samba e uma pitada de gênio. Será que João gostava de rabada?

"Rabada"  abençoada por Ele

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sugestões do Roteiro estão em indicados ao Globo de Ouro 2011

Na lista de indicados ao Globo de Ouro(EUA) de 2011, anunciada hoje, há candidatos em três filmes que Roteiro da Emoção sugeriu em post:
"A Pele que Habito": melhor filme em língua estrangeira;
"Amor a Toda Prova": melhor ator em musical ou comédia para Ryan Gosling;
"Meia-Noite em Paris": melhor ator em musical ou comédia para Owen Wilson, melhor direção e roteiro para Woody Allen e melhor filme musical ou comédia.
O Globo de Ouro costuma ser uma "pré-lista" para o Oscar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Turismo astronômico no breu.

Não sei exatamente o ano. Foi entre 2003 e 2004.
Vinha de uma visita, a trabalho, ao município de Barreirinhas,  sede dos Lençóis Maranhenses. Estávamos na estrada, na direção de São Luis. Era noite.
Escuridão e silêncio só desafiados pelas conversas dentro do carro. Aliás, solitário a trafegar àquela hora. O breu estava iluminado pelos nossos  faróis.
Pelo para-brisa, percebi o espetáculo. Pedi ao motorista que parasse no acostamento quando houvesse boa condição para isso.
Olhei para trás, onde estavam os outros três colegas de trabalho, e disse: vamos parar um pouco. Quero que vocês vejam algo muito raro nestes dias. O céu estrelado sem as luzes da cidade. Não tenham medo. Vamos lá.
Descemos todos.
Lá em cima, uma tela perfeita. Nada é igual a uma noite estrelada, sem nuvens, na escuridão em que o tão misterioso universo nos observa com seus milhares de brilhantes, ou nos ignora, não sei exatamente.
Se alguém passasse naquele momento, talvez não entendesse um grupo de malucos, encostados na lataria de um carro, à meia-noite, olhando para o céu.
Foram poucos minutos, talvez vinte. Mas, em quase duas horas de viagem até a ilha, ninguém falou mais nada. Para quê, reconheçamos. Para quê? 
Em noites como aquela, basta olhar para cima e a tal felicidade surge de dentro para fora.
Apreciar o céu estrelado não é uma maluquice. Há lugares no mundo preferidos para este belo roteiro.
No Rio Grande do Sul, no distrito Vale  Vêneto, município de São João do Polênise, centro do estado, o Observatório Bioastronômico COSMOS, de Itaara/RS, realiza com a comunidade local roteiro de turismo astronômico, onde é possível observar os astros em noites acompanhadas da gastronomia local, incluindo vinhos na degustação.
Em Vale  Vêneto há um museu histórico que é considerado o maior acervo cultural italiano do Rio Grande do Sul. Os imigrantes que povoaram a região vieram da região de Vêneto, norte da Itália. Mas  há muitas outras opções. É só procurar.
Que tal? Gostou da ideia? Há quanto tempo não olha para o céu, assim estrelado, que não seja para suplicar milagres ?
No lugar em que mora é possível assistir a este espetáculo?
Então, saia por aí num roteiro semelhante.
Faça sua própria trilha para um céu de estrelas.

*Algumas cidades, com localização privilegiada, poderiam estimular o hábito  da observação dos astros e criar uma nova atração turística.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O animação "RIO"(2011) dos anos 50.

Desenho animado criado por Walt Disney, a pedido do Governo Americano, no início dos anos 50.
Uma relíquia.
Veja o link:

http://www.youtube.com/watch_popup?v=_mQHr8bAojU&vq=small

* Colaboração do amigo Carlos Malaquias Silva Neto

domingo, 4 de dezembro de 2011

Um super domingo de emoção.


Hoje não é um domingo qualquer.

O País perdeu um jogador-cidadão. Político ídolo. Coisa rara.

De tarde, emoção muito viva.

Drama e ansiedade em São Paulo, Rio, Sete Lagoas, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.

Um irá aos céus, dois ao inferno e alguns para a América.

Neste momento, alguns já roem as unhas. Outros a caminho do estádio.

Milhares no churrasco de espera ou em frente à TV para não perderem nenhum detalhe.

Há mães que prometeram reza e velas por seus filhos loucos.

Namorados e maridos já se despediram das companheiras.

Há torcedoras convertidas, ali do lado. Camisa do clube e maquiagem.

As indispensáveis beleza e força das mulheres, tanto para a vida como para os estádios.

Há bandeiras desfilando nos carros ou vendo a vida das janelas.

As camisas resolveram sair de casa todas juntas.

Hoje é dia da emoção que não faz mal.

Dia de risos e lágrimas merecidas.

Sejam felizes, torcedores, muito felizes!!!



                                       

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os Filmes do Final de Semana.

Domingo tem decisão, finalmente.
Rio ou São Paulo.
Loucos ou lutadores.
No Rio, tabela colocou rivais para se matarem (no bom sentido).
Em São Paulo, para se matarem quase de verdade.
Palpite de observador: Corinthians campeão, mesmo sem vencer.
Palpite de torcedor: Flamengo perde a vaga na Libertadores.
Palpite de tricolor: Seremos o terceiro, maior artilharia e artilheiro.
Filmes: "Duelo de Titãs” ou "Invictus"

 Duelo de Titãs