terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mulheres contra a bola

Recebi algumas críticas pelas crônicas sobre futebol e pelas intervenções no facebook, interagindo com torcedores amigos.
E foram sempre de mulheres.
Algumas disfarçadas em humor, outras diretas com ameaça cumprida de me afastar da lista de amigos.
Outras foram apelos para manter o “foco”, o que significava dizer “sem futebol”.
Num mundo esquizofrênico pelas lutas contra qualquer tipo de preconceito, sinto-me no direito de pedir ajuda ao MP (hehehe).
Roteiro nasceu sem incluir o futebol entre seus temas.
Mas em conversa com um consultor, disse-me ele, ao conhecer esta minha outra paixão:
“Se você quer expressar e compartilhar suas emoções escreva sobre todas as paixões que tem. Escreva sobre o futebol, com a propriedade do que sente”.
E assim fiz, gradativamente, e com a seguinte diretriz: futebol na rede social com mais frequência e raramente no blog.
Achei uma divisão adequada.
Passei a meditar sobre a revolta feminina esta semana.
Eu vejo o futebol com grande generosidade. Para mim, em nada trouxe arrependimentos e sempre foi tratado como uma diversão gratificante, espaço educativo e cultural de uma vocação clara da criatividade e potencial atlético dos humanos.
Estivesse eu errado, como uma bola de futebol seria um objeto tão desejado pelas crianças em todo o mundo? Que magia tem para despertar tanta atenção? Que valor e significado estético causam igual magnetismo em todas as línguas ?
O blog e as intervenções no facebook são equilibrados em seus textos sobre o futebol.
Nada de ofensa, primo em expressar algum conhecimento técnico (estudo voluntariamente tática) e compartilhar uma paixão com boa medida de humor. Nada mais.
Esta tendência do Roteiro trouxe a reaproximação de amigos de infância e até familiares com os quais não conversava há muito tempo. Surgiram encontros desejados e antes impossíveis.
Neste caso, o futebol recuperou e uniu mentes e almas esportivamente.
Roteiro é a expressão de um jornalista esportivo planejado há anos. O blog é a minha “prova da OAB”. Preciso aprender exercitando.  Há muito para saber ainda. Inclusive a escrever.
Vou seguir instintos e paixões.
Gostaria muito de, no futuro, ter leitoras mais satisfeitas e ter a volta daquelas que me apagaram de suas listas de amigos.
Prometo melhorar.






quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Roteiro faz queixa de um amigo de infância

Eu quero fazer uma queixa pública de um amigo de infância.
É uma pena, mas farei.
Talvez me critiquem, talvez ignorem, talvez entendam. Paciência.
Ele me conhece desde os nove anos e nunca nos deixamos.
Somos unha e carne. Coração e pele. É, de certa forma, “uma pele que habito”.
Se já chorei por ele ? Já. Mas foi sempre de alegria.
Não que ele seja tudo. Não é a principal paixão. É uma delas.
Mas ele já me tirou de fossas, já me fez sorrir, sempre me faz sonhar.
Nossa amizade, amor ou paixão, sabe lá, fazem a vida melhor.
Não essencialmente, mas dá uma baita felicidade. Aquela das pequenas coisas.
Já ouviu falar que a felicidade, de verdade, está nas pequenas coisas ? Pois é. Com ele eu sinto isso.
Ultimamente, porém, ele tem me maltratado.
Outro dia, sábado, peguei um avião para vê-lo. Marcamos hora e local. Vesti sua pele.
Mas ele não apareceu, não explicou porque e eu fiquei muito frustrado. Não entendi. Talvez nunca entenda aquela ausência.
Ontem , assim como quem não quer nada, apareceu.
Brilhante, magnífico, cheio de vontade, incansável, lindo! Foi uma noite! Foi uma quarta-feira e tanto!
Ah, se fosse sempre assim!
Mas este comportamento estranho, de morde e assopra, tem me cansado.
Assim não dá.
Que houve contigo ?
Eu tenho feito a minha parte por nossa amizade eterna.
Eu nunca vou te deixar, eu já afirmei.
Tenho outros amigos, milhares, que também pensam assim. Gostam de ti de qualquer jeito.
Vai dizer para eu me acalmar, que tu és um guerreiro e que até estes perdem.
Tudo bem.
Mas não brinca de gato e rato comigo e com os outros.
Não sumas assim, como no sábado.
Por favor, meu Fluminense, não precisa ganhar todos os títulos.
Mas não me maltrata, amigão.

Fluminense 5 x 4 Grêmio, quarta-feira, 16/11/2011.
A gente se encontrou. Nos abraçamos cinco vezes.
Assim que tem que ser uma amizade.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

"A Pele que Habito" dá arrepios, mas é muito bom.


Há quem ache Pedro Almodóvar um gênio, o melhor diretor destes tempos. Há quem veja sua obra com um traço barroco, é o meu caso, embora com respeito.
Agora, o espanhol se mostra para uma nova plateia, os surpreendidos e assustados.
Autor do roteiro e diretor do filme que segue o romance "Tarântula", do escritor francês Thierry Jonquet, publicado em 1984, Pedro muda de estilo e nos oferece um filme contemporâneo, limpo, com suspense sofisticado.
A história é macabra e instigante e, não por isso, ainda passa pelo Brasil. De novo, alguém vai dizer que o filme é preconceituoso e colonialista, essas besteiras.
Antonio Banderas, que começou a carreira com o  amigo diretor, escapa do "Zorro" e faz um trabalho digno de sua fama, com maturidade dos astros consagrados. É um cirurgião plástico que mistura ciência, ambição e vingança. Evite-o, se pretende entrar no bisturi.
A mulher do filme, Eva, que antes foi Vicente, é interpretada pela atriz Helena Anaya("Fale com Ela" e "Inimigo Público" 1 e 2). Linda, sua personagem é o centro das nossas emoções mais fortes, entre elas uma pena cortante.
O romance do francês( já morto) vira um filme extraordinário que trata de temas que estimularam  filósofos de tempos imemoriais e habitam nossas mentes até hoje, como a sexualidade.
Deixo poucas pistas, mas é necessário. A surpresa, neste caso, é fundamental.
Vá logo, antes que alguém lhe conte os detalhes.                    

google imagens

 

domingo, 6 de novembro de 2011

O "Diário de uma paixão" descoberto pelos arqueólogos



Arqueólogos anunciaram esta semana uma descoberta extraordinária. Um casal, morto no século V, deitado eternamente de mãos dadas. A mulher estava com o rosto virado para o amado.
Hoje pela manhã, ouvindo clássicos da música americana dos anos 50, refleti sobre a descoberta e me lembrei de um filme adorável, destes que se tornam uma das maravilhas do cinema, um patrimônio das artes e que, talvez, resuma a essência da vida: o amor entre duas pessoas que se conhecem por aí, ainda muito jovens, e se amam para sempre.
"Diário de uma Paixão", com James Garner, Ryan Gosling, Rachel McAdms e Gena Rowlands relata a história de dois adolescentes americanos, anos 40, que se apaixonam verdadeiramente. Um pobre e outro rico, pagam o preço do preconceito da família dela, separam-se, surge o marido "ideal" até que o casamento é desfeito e eles se reencontram anos depois.
O diário dessa paixão( o título em inglês é "The Notebook") é narrado pelo verdadeiro amor de Allie Hamilton(Rachel McAdms/Gena Rowlands), Noah(James Garner/Ryan Gosling), ambos idosos e morando em uma clínica. Ela sofre de Alzheimer e luta para lembrar das passagens reveladas com extremo cuidado pelo companheiro de uma vida.
As cenas da primeira fase do namoro, a reconstrução da época e a beleza dos atores  são encantadoras, dignas de uma premiação.
Este filme é terapêutico. Faz um bem danado, mesmo para aqueles que não são românticos.

O filme é de 2004(EUA) e foi dirigido por Nick Cassvetes.
James Garner já é um veterano em "Maverick".
Gena Rowlands se declara em "Paris, Te amo".
Ryan Gosling, mais novo que ambos, reaparece em "Amor a toda prova".
Rachel McAdams, nem tão lindíssima como naqueles tempos, está atrás de uma "Meia Noite em Paris".