terça-feira, 28 de junho de 2011

"O Segredo dos Seus Olhos"( e de nós outros)

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Em tempos de Copa América na Argentina e do rebaixamento do River Plate para a segunda divisão, em que toda a paixão portenha é reprovavelmente expressa, vi um brilhante filme argentino (coprodução espanhola). Consegue abranger muitos aspectos da alma e do cotidiano latino, sem esquecer, inclusive, do futebol. Uma surpresa para quem conhece  pouco do cinema de lá.
Tendo como centro do enredo um violento e repugnante estrupo, o filme apresenta um ator argentino completo e maduro, Ricardo Darín, no papel de um inspetor do Departamento de Justiça, Benjamim Espósito, a quem cabe revelar segredos quase guardados para sempre.
"La película" atravessa 25 anos de história, relembrando a ditadura argentina, amores reprimidos, renúncias, fracassos  e  uma paixão "reveladora" pelo Racing Club, time argentino da cidade de Avellaneda, nas proximidades de Buenos Aires.
Uma trama policial em que a alma é protagonista e o amor e a paixão parecem repetir que estão irremediavelmente por trás  de todas as nossas ações, ou substituídas por obsessões e loucura.
Reafirma, ainda, de forma dramática, qual é o espelho da alma.
Honesto e cuidadoso nos detalhes, o filme acumulou prêmios como melhor estrangeiro no Oscar 2010, no Goya(festival de cinema espanhol) do mesmo ano, no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro 2011 e cinco premiações no Festival de Havana de 2009. A atriz Soledad Villamil ganhou o prêmio de melhor revelação feminina no festival de Goya com justiça irreparável.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Meia Noite em Paris" segundo Woody Allen

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A inspiração de Woody Allen sugere uma boa discussão através de um filme com uma história simples... para um gênio.
“Meia Noite em Paris” (EUA/Espanha-2011), já em cartaz nos cinemas, passeia por Paris de forma inusitada, criativa, relembrando os encantos atemporais da cidade e nos levando a encontros mágicos com épocas de ouro, artísticas e boêmias, requintados pela presença de Hemingway, Dali, T. S. Eliot, Pablo Picasso e o casal Fitzgerald. Para maior realismo, tudo ocorre madrugadas adentro, mais precisamente à meia-noite.
Essas aventuras nos são permitidas através do personagem central, Gil (Owen Wilson), um roteirista insatisfeito, apaixonado pela literatura e que se supera ao recuar no tempo para satisfazer sua quase obsessão por épocas do passado.
O próprio Woody, em entrevista recente, diz que revê, nesta fase, sua predileção em filmar lugares e tempos passados. Genial, usa o próprio caminho para duvidar do destino.
Eu me identifiquei, em boa medida, com Gil. Gosto de ler, ver e se possível sentir aspectos de décadas como as de 50 e 60, pelo Brasil e mundo afora, e aprecio muito os filmes que reconstituem espaços e modos da história. Mas não desejo substituir o presente no qual procuro me realizar e me reinventar, sempre, como pessoa e cidadão.
Mas o filme não é só isso. Reafirma, e nunca é demais, a beleza da cidade para os que vivem atualmente e que podem visitar um lugar amplamente preservado com cuidado e zelo.
Na Paris de hoje é possível viver paixões com o bem-vindo romantismo que se encontra dentro cada um, mesmo que não se consiga dançar com uma das mulheres de Picasso ou ir a uma boa noitada no Maximes Gaillard do século 19.
O filme é, realmente, uma comédia romântica de arte!

Este filme já é considerado a mais lucrativo de Woody Allen e apresenta uma nova atriz, a  primeira-dama Carla Bruni.

O ator Owem Wilson ficou bem conhecido pelo filme “Marley e Eu”.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Meu Primeiro(e único) Rolex

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Eu assisti a uma entrevista de Petkovic, o craque sérvio que fez justo sucesso no Brasil, recentemente. Relembrava o tempo em que jogou na China, em Xangai, e destacava algumas curiosidades daquelas bandas do planeta.
Lembrei-me de minha viagem, em 2004, àquela curiosa e encantadora cidade.
Xangai é espetacular no superlativo. Com uma população de mais de 13 milhões(é o município mais populoso do mundo) de gente muito parecida, é um frenesi só e  supera, neste sentido, a nossa gigante Sampa.
Laboratório do partidão chinês, que decidiu há alguns anos atrás trocar, com jeitinho, o comunismo por um regime que eles ainda não sabem definir, Xangai se tornou uma atração de ousadias.
Cosmopolita, a cidade tem uma arquitetura futurista, convivendo com seus bem conservados bairros antigos e todos os problemas de um trânsito enlouquecido, especialmente porque só há pouco tempo os chineses passaram a ter o direito de dirigir seus próprios veículos. Chega a ser divertido ver os chineses buzinando excitados diante de centenas de bicicletas e pedestres que ignoram os carros. Aliás, quando o sinal abre os motoristas têm que esperar mais ainda, pois a "passeata”  precisa de mais tempo que o programado para o sinal permanecer fechado.
A convivência de realidades de tempos que parecem se desafiar é, de certo modo, um detalhe que me encantou. Em uma das minhas caminhadas pela quadra do hotel, vi, emocionado, chineses antigos fazendo seus exercícios de Tai Chi Chuan,  indiferentes ao burburinho das seis horas da manhã.
Curioso, também ouvi o depoimento de moradores que explicam que em duas ou três semanas uma quadra pode desaparecer para dar passagem a um novo viaduto ou túnel. Há muita gente, casa e prédios que precisam sair para dar passagem. Estas histórias eu ouvia com agonia, é claro.
Naquela ocasião, Xangai possuía o mais alto edifício do país e terceiro do mundo. Com 421m de altura, o Jin Mao Tower era a melhor expressão do novo regime. Símbolo  das pretensões planetárias dos novos chineses, de seu último 88° andar tive uma visão cinematográfica: sob um céu cinzento (poluído) uma cidade sem fim e dezenas de torres de vidro e concreto me lembraram desenhos animados de minha infância, que projetavam um mundo em que os humanos usavam veículos voadores e quase não pisavam no chão. Hoje, aquela "coisa" é apenas o 6º edifício mais alto do planeta.
Mas há muita diversão em Xangai, desde locais para as baladas mais ocidentais possíveis  às feiras de ruas conhecidas por aqui, com pequenas diferenças: os produtos são "originais” e os negócios são feitos na língua de sinais e, pasmem, nós "ganhamos" descontos.
Bem, não é exatamente assim. Na verdade, sem falarmos nenhuma das dezenas de dialetos, incluindo o mais famoso mandarim, só nos resta falar com os dedos e caretas. Nem pensem em inglês. Como eles são os mais espertos comerciantes do mundo, colocam os preços lá em cima e vão deixando você pechinchar até o que nossa vã filosofia acha justo: o preço que lhes serve. Uma festa para os dois lados.
Foi assim que me diverti na principal e mais famosa feira de rua da cidade. Até hoje tenho um orgulhoso Rolex chinês, que parece rir de mim o tempo todo.
Finalizo com outras duas imagens marcantes:
Em uma das madrugadas insones pelo fuso (11 horas) e por outras vinte e duas de voo, logo na minha chegada, resolvi ir para a varanda de meu quarto, num andar alto do hotel. Fiquei impressionado pelo número de carros que escorregavam por uma enorme alça de um elevado. Uma procissão de veículos frenéticos às três horas da manhã. Sim, a madrugada de Xangai parece o dia.
A segunda é uma visão durante a chegada ao território chinês, também do alto. Grande parte do voo de Frankfurt (Alemanha) para Xangai desliza pelo território continental da China. Encostei a cabeça na janela e mergulhei no infinito. O infinito de terras que não acabavam nunca, com vales, rios e cadeias de montanhas decoradas com neves eternas em seus cumes. Ali eu percebi a nossa fragilidade, insignificância e prepotência imbecil que nos atrapalha.




terça-feira, 14 de junho de 2011

"Wilson" mora lá em casa


Fonte:google imagens

Há tempos venho rascunhando um post sobre um velho computador de minha família. Acho que chegou a hora. Não que esta mágica e instigante máquina dos tempos modernos me fascine e mereça um texto. Para mim é apenas uma ferramenta que domino com extrema modéstia e timidez.
Mas a história tem tudo haver com cinema.
Em 2006, eu fui morar em Brasília. Fiquei durante seis meses em um hotel da cidade, experimentando uma vida nova, tragicamente longe de minha família e com todas as consequências deste infortúnio.
Para facilitar o combate à saudade diária, comprei um computador, um notebook, que ficava ligado o tempo todo no apartamento, mesmo na minha ausência, para receber mensagens de casa.
Habituei-me, então, a esta nova companhia. Era muito confortante chegar do trabalho e, ao entrar na sala do apartamento, ver a tela do computador aberta e diversos sinais de vida além Brasília, os recadinhos de casa.
Quase que imediatamente eu sentava à mesa para responder e chamar mulher e filhas às conversas de cada noite.
Por este aspecto, chamei o computador de Wilson, a bola de vôlei que foi a companhia do personagem de Tom Ranks em "Náufrago", filme extraordinário, um dos meus de cabeceira, que todos vocês certamente já assistiram.
É claro que o meu "sofrimento" não se comparava ao do personagem, longe disso. Mas eu via o computador como o Wilson do filme. Era o meu sentimento, modestamente.
Certa vez, entretanto, eu ia para São Luís, onde passaria o final-de-semana, voltaria a Brasília e, por conta de feriado prolongado, retornaria à ilha apenas dois dias depois para passar longos quatro dias. Uma beleza, como se diz.
Assim, diante daquela coincidência, decidi que levaria o Wilson e o deixaria lá, poupando-lhe as chatas viagens de avião. Assim foi feito e eu voltei para Brasília sozinho.
Ao final do dia de trabalho, voltei para o hotel como fazia costumeiramente.
Abri a porta do apartamento e, como se tivesse esquecido a escolha, deparei  com a cena horrível: a mesa estava vazia. Wilson não estava lá. Meu Deus, "cadê" Wilson? O que houve? Eu estava sozinho!
É claro que me lembrei daquela cena terrível do filme, quando ondas, plácidas até, levaram a bola-amigo-único de Chuck Noland..
Corri para o telefone e disquei para casa: "Gente, eu fiz uma loucura. Eu deixei o Wilson ai, como vou passar estes dois dias"?
É, parece uma piada... uma história inventada pela falta de assunto ou apenas uma desculpa para sugerir que revejam o filme.
Mas não. É um desabafo, para muitos até inconfessável, que compartilho pela emoção que me causou.
Wilson era uma grande companhia. Tornou-se o elo entre dois mundos, uma luz a atravessar a saudade, tornando-a melhor, menos insone.
Evidente que lá em casa houve mais risadas que solidariedade. Nunca mais deixei Wilson até que a família se reunisse, novamente, seis meses depois.
Hoje, Wilson está aqui em Brasília, quase aposentado e substituído por novos aparelhinhos vaidosos. Os três “Ais”: Ai phones, pads e pods.
Combinamos de não lhe mostrar os intrusos. Para que não tenha um final de vida mais sofrido, nunca usamos os novatos no seu quarto.
Wilson se tornou um membro da família, com serviços prestados, inclusive para as almas solitárias, e vai nos acompanhar por muito tempo.
O filme "Náufrago” (EUA-2000) é extraordinário e isso ninguém tem dúvida.
Foi dirigido por Robert Zemeckis, o mesmo de "Gump - O Contador de Histórias".
As filmagens foram interrompidas durante alguns meses para que Tom Hanks perdesse 20Kg  e gravasse o período em que ficou na ilha, após o acidente.
A atriz Helen Hunt (Quando me Apaixono/Do que as Mulheres Gostam) recebeu US$ 1 milhão pela participação.


sábado, 11 de junho de 2011

De Hollywood para o Mundo Animal - Parte 2


No primeiro post sobre a viagem à África do Sul revelei algumas fotos do Safari, realizado nas savanas africanas.
Agora, compartilho fotografias tiradas no Parque dos Leões, nas redondezas de Johanesburgo.
Embora sendo uma área cercada, obviamente, os animais e leões têm liberdade para viverem à vontade.
Percorrendo trilhas, entremeadas de cancelas de segurança, passeamos em uma espécie de um troller grande pelo ambiente onde os bichos levam uma vida tranquila.
Neste caso, os veículos têm uma proteção segura, uma grade com abertura horizontal na parte superior, que permite total observação a uma distância de até um metro dos leões, mas os impedem de entrar no carro e nos causar algum “dano”, vamos dizer assim.
É uma experiência excitante.
Nós estávamos sempre acompanhados de zelosos "guarda-turistas",  que são treinados para que as visitas dos Reis da Selva voltem para casa.
A área em que eles vivem perambulando, comendo, dormindo e namorando é grande e eles ficam, seguramente, muito à vontade.
Somente os poucos espécimes de leões albinos ficam mais resguardados, mas podemos vê-los de perto e tirar fotos inéditas.
Durante essa visita, tivemos um pequeno incidente ou um grande susto.
Rosane, minha mulher, e eu visitávamos a área reservada aos leões  mirins, uma espécie de enorme gaiola. Quando ela se aproximou  de um deles, que fingia uma soneca, para fazer um carinho despretensioso, a capa de nossa máquina de fotografia, pendurada em seu pescoço, se projetou para frente e o bichinho avançou, mordeu e puxou com suas patas fortes.Ela teve o reflexo, após segundos de luta,  de se livrar do cordão, quando jovens meninas do parque a socorreram e talentosamente recuperaram o "brinquedo ou merenda" do pequeno leão. Infelizmente, não consegui registrar este momento único.
Espero que gostem destes registros e se animem em conhecer a África do Sul e seus muitos encantos.









quinta-feira, 9 de junho de 2011

Demi Moore de volta, bela e polêmica


Em 1993, um drama fez grande sucesso de bilheteria e muita polêmica. Deixou-nos, homens, com frio na barriga.
“Proposta Indecente” (EUA) não poderia, nunca, ter outro título.
Um casal com problemas financeiros tenta inicialmente os milagres de Las Vegas. Perde, mas conhece um bilionário disposto a pagar um milhão de dólares por uma única noite com a bela da dupla, interpretada por uma jovem Demi Moore, linda e deslumbrante.
Nem precisa lembrar os resultados complexos do ato de desespero. Dor, ciúmes incontidos, cobrança, paixão, comparações... Melhor não pensar.
fonte:adorocinema.com.br
Por coincidência, revi este filme há duas semanas.
Agora, em 2011, um novo drama com a atriz de “Ghost - Do Outro Lado da Vida", traz alguma polêmica e muita reflexão sobre o nosso sempre questionável (e adorável) mundo capitalista, em fase de incomportável consumo.
“Amor por Contrato” (EUA-2010), estrelado por ela e por David Duchovny, revela um sofisticado método de vendas de uma grande empresa americana, sustentado em sentimentos bem conhecidos como cobiça e inveja, temperos malditos do vício de comprar o que não se precisa.
Steve e Kate fingem ser papai e mamãe de uma família abastada de dois filhos, que se instala em bairros escolhidos estrategicamente para levar seus vizinhos e novos amigos ao delírio do consumo, estimulados pela mágica de uma família feliz e que possui todos os sonhos modernos e caros. O final é dramático.
Excelente síntese deste mal incontrolável de um mundo complexo e à beira de um esgotamento sem limites.
Demi parece atrair roteiros assim, o que é bom para o cinema.
Categoria: “filmes para pensar”.
David Duchovny pode ser seu conhecido de “Feitiço do Coração” (inofensivo e gostoso) e “Uma Secretária de Futuro” (bom de ver).

terça-feira, 7 de junho de 2011

"SERVUS" da boa comida alemã.

A revista Veja, da semana passada, trouxe um bom roteiro da alta gastronomia de Brasília.
Eu descobri, domingo, um cantinho simpático da culinária alemã (e Austríaca), em uma varanda de fazenda, sob o comando de uma "chef" que mora no trabalho.
O restaurante SERVUS, Km 6,2 da rodovia DF-140, a 30 minutos do Plano Piloto, é mais ou menos assim.
O buffet é bem cuidado e passeia pela típica comida  de  países da Europa central e do leste, sem sofisticação, mas com fidelidade e a preços da peculiar comida caseira.
Inspirada em sabores que envolvem batatas, salsichões, chucrutes, joelho de porco ,é claro, e goles de cervejas alemães, uma boa mesa de amigos em família transforma um domingo comum em especial e aprazível.
Ambiente de sítio, os pássaros voam tranquilos entre árvores da região, distraindo adultos e crianças que têm  seus próprio espaço.
Como diz a origem do nome da casa, pode-se ficar "escravo" de quem só quer nos "servir" bem.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Maria Gadu, de novo.

Alguns homens e mulheres passam vida em busca da eternidade, ou do sucesso.
No mundo de hoje, a internet estimula mais ainda esse frenesi. O desejo é o da fama, do reconhecimento, da sensação de estar acima da dúvida, de ser uma celebridade (e unânime).
Maria Gadu, que seguramente não quer nem uma coisa nem outra, alcança quase tudo isso na forma menos prevista: com talento, simplicidade, roupa despojada, jeito de menina sentada no banco da praça da cidade do interior, num final de tarde, conversando amenidades com alguns amigos.
Foi assim que a vi, neste domingo, numa reprise do programa “Altas Horas”, da Rede Globo.
Ao seu lado, um não menos encantado e seduzido Caetano Veloso, cantarolava feliz, também como um menino, admirando sua musa. O monstro sagrado parece ter se reinventado com a chegada de Gadu.
Vendo a dupla cantar “Nosso Estranho Amor”, com vozes que pareciam surgir de um lugar em que é proibido fazer  esforço, convenci-me de uma dupla de estrelas.
Maria Gadu parece não perder o controle de não ter controle sobre a naturalidade.
Caetano perdeu o controle sobre sua admiração.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Você conhece os seus "Agentes do Destino" ?

“Agentes do Destino” me deixou um pouco atordoado. Foi o mesmo que senti ao assistir “Tropa de Elite 2”, o melhor filme nacional dos últimos 20 anos, talvez, vencedor de nosso Oscar.
Nestes momentos, saio do cinema e ligo para alguém próximo, que goste muito ou admire.
Invade-me uma enorme vontade de compartilhar as emoções sentidas, quase sempre construtivas.
Passei, inclusive, a estabelecer uma nova categoria de filmes: aqueles que me deixam atordoado.
Eu notei o ator Matt  Demon no filme “Invictus”, sobre Mandela, e mais tarde em “Além da Vida”, apesar do sucesso de “A Supremacia Borne”.
É um ator jovem e vai consolidando sua trajetória com notável disciplina e definindo um modo cuidadoso e dedicado na interpretação.
Sua atuação em “Agentes...” repete-se dessa forma e sua imersão no personagem é aspecto importante do êxito do filme.
Por uma mulher suavemente linda, bailarina e feita para casar, personagem de Emily Blunt (A Jovem Rainha Vitória), David Norris enfrenta o maior desafio que qualquer um de nós poderia ter na vida. O Diretor George Nolfi os conduz com brilhantismo, numa sequência dinâmica e surpreendente.
O amor casual (?) entre os dois é desafiado por “agentes”, ou talvez anjos, que controlam  vidas humanas, sob o comando de um “Presidente”, no qual vi um deus, menos tirano e mais generoso do que costuma ser em nossas crenças.
Há um destino controlando a vida de cidadãos comuns ou escolhendo os futuros líderes necessários para proteger os humanos deles próprios?
E sobre as nossas escolhas, conquistas e infortúnios? Qual o papel dos detalhes? Está tudo escrito previamente? Há um plano?
O destino é um tema apaixonante, reflexivo, instigante e amoroso.
Reexamine sua vida, sua fé ou simplesmente divirta-se.
Para meu gosto, tudo se passa em Nova York com sua arquitetura, ruas, subterrâneos e pontes únicas, numa atmosfera que envolve passado, futuro, a vida e o poder de nossas escolhas.