domingo, 29 de maio de 2011

O Barcelona de Messi: eu já vi esse filme!


Não há exagero algum em comparar o Barcelona de Guardiola e Messi  à seleção de Zagalo e Pelé, campeã do mundo em 70.
Ambas  equipes trazem a essência que transformou o futebol numa paixão mundial, desde que foi inventado pelos ingleses, é o que dizem, anfitriões da final  entre Barcelona e Manchester (3 x 1),ontem: espetáculo, jogadas geniais, jogadores fora-de-série, organização também.
Esses elementos misturados formam times superiores, altivos, firmes, equilibrados e vencedores.
Em 70, no México, Gerson dizia que eles próprios, os jogadores, sabiam entender o jogo, tomar decisões, ter atitudes. Um olhar ou uma conversa rápida no meio do jogo e até broncas respeitosas mudavam a história, levavam a títulos.
Os jogadores espanhóis esbanjam tudo isso. A bola, dominada mas feliz, bem tratada, gira de um lado para outro, formando linhas bem definidas ou curvas artísticas, até serem abraçadas pelas redes do adversário. Vê-se isso no Barcelona ou na seleção espanhola.
Observando o jogo entre o Barça e os esforçados ingleses, vi a superioridade descrita anteriormente em grená e azul,  o esforço conformado e digno em branco e a amarelinha de Zagalo sobrevoando  Wembley.
A lição deste jogo é clara e objetiva, como os chutes de Pedro e Messi,  e suavemente  curva e cheia de graça, como a trajetória da bola em que David Villa chuta com o pé direito(ou foi com a mão ?) e faz o último gol. Lembram do gol do Carlos Alberto, contra Itália, na final da Copa de 1970? Não teve curva, mas foi um autógrafo na última página, outra semelhança.
Nosso futebol se perdeu na cartolagem, na má política(pois tem a boa) na ganância e na pressa.
No meio dessa desentrosada caminhada, o improviso atrasa a formação de clubes organizados , a pressa esquece  de preparar atletas de verdade,  todo ex-jogador quer ser técnico e a vaidade sufoca craques ou suas promessas.
Criam-se os “ricardos teixeiras,  os "dungas" e até empresários-torcedores   tomam  conta de clubes para levá-los à falência.
A vitória da Espanha em 2010 e o sucesso eficiente do Barcelona são um pouco de nosso passado de glória no campo e uma ameaça para 2014.
Messi é um brilhante exemplo do bom caminho  e merece um comentário destacado neste roteiro.
Eu vi esse craque na Copa da África, mas a vaidade indomável de seu treinador sufocou o jovem atacante e toda a Argentina. Maradona não é um Guardiola. Queria fazer os gols no lugar de Messi.

*O Cinemark exibiu o jogo em uma de suas telonas aqui em Brasília. Uma sessão de gala.



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