terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sócrates, Aquiles e Gisele Bündchen

Nestes dias eu vi uma entrevista da modelo brasileira Gisele Bündchen. Mudando de estilo, sem perder a categoria, disse que a família é a coisa mais importante da vida e que os pais devem ensinar os filhos a terem raízes e asas. Ainda que seja um pensamento conhecido, foi bom ouvir isso de uma mãe da nova geração.
Em geral, os pais de hoje pretendem defender os filhos de qualquer "perigo" e fazer todas as suas vontades.
Hoje, logo cedo, lembrei-me da mãe jovem, mas madura, quando  a TV relatava o drama de Sócrates, em estado grave em um hospital de São Paulo.
Se os campos de futebol são mesmo um "tapete verde", como costumam dizer os locutores de rádio, Sócrates foi a Gisele  dos gramados (sem outras comparações, é lógico).
Refiro-me a elegância única deste ex-jogador.
Aquiles, o herói da mitologia grega, teria inveja dos calcanhares do "Doutor".
Sócrates jogava sempre a 90 graus e seu talento não se curvava nunca.
Intelectual e médico, fez política de craque, tem posições firmes e democráticas.
Antes da Copa da África, em entrevista,  "Doutor" disse com firmeza: "Kaká não pode jogar. Será um fiasco. Sua lesão é crônica". Ali, com sua elegância, dizia que iríamos fracassar. Não ouviram o diagnóstico.
Neste momento que escrevo, Sócrates enfrenta um adversário difícil e luta pela vida em um hospital de São Paulo.
Doutor, se pudesse me ouvir, eu lhe diria: por favor, faça esse gol de calcanhar e corra para nosso abraço.
De calcanhar! - google imagens

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