terça-feira, 2 de agosto de 2011

Roteiro assiste a Festival de Cinema Argentino em sessão especial

Kamchatka- península russa(google imagens)
“O Segredo dos Seus Olhos” foi o primeiro filme argentino a que assisti após criar o blog. Um casal de amigos que leu o post, Carlos e Fabiana, de Brasília, perguntaram-me se já apreciava o cinema dos hermanos. Diante de minhas preferências apenas pelos vinhos, carnes, tango, pela encantadora Buenos Aires, outrora “capital” do Brasil, e do futebol de Maradona, ofereceram-me alguns filmes de Ricardo Darín.
Foi um dos melhores gestos de reconhecimento ao blog, pois nem na Argentina deve ser comum alguém emprestar seus filmes de cabeceiras.
O meu festival exclusivo de cinema argentino incluiu, entre outros, três filmes excelentes e que revelam características que me impressionaram em “O Segredo...”.
O cinema dos “Mares de Prata” é inteligente, parece que amadureceu há mais tempo que o nosso, seus roteiros nos conduzem zelosamente, revelando a alma daquele povo como uma névoa que não atrapalha e a paixão por um contexto abrangente, que nunca é negligente com a história sem deixar de esmiuçar a essência humana.
Em “Kamchatka” (2002- Argentina) você vai descobrir um cotidiano pouco abordado na vida de uma família de idealistas e militantes perseguidos, sob os olhares de uma criança. Com Ricardo Darín no elenco, o protagonista é o pequeno ator Matías Del Pozo, interpretando Harry, um dos filhos da família. O filme cresce sob seu olhar e atitudes.
No bom policial “Nove Rainhas”(2000-Argentina), de novo com Darín, pensará que Manhattan não é tão indispensável para o gênero e que golpistas e corrupção são, realmente, uma praga incontrolável. Este filme foi tão premiado que tornaria o post um glossário ou índice.
Em “Lugares Comuns”, produzido na Espanha, (2002) destaca-se, mais uma vez, os zelos de roteiro, direção e textos.
Um professor universitário de esquerda, o ator Federico Luppi no papel de Fernando Robles, convicto de seus ideais e valores, expõe os efeitos de uma politica econômica ortodoxa que o obriga à aposentadoria precoce, percorrendo o difícil caminho da adaptação. No roteiro, momentos sublimes sobre relacionamentos, sonhos e realidade. Este filme é soberbo. A firmeza do personagem é um bálsamo (ou um golpe) diante do pragmatismo atual.
O blog se rende ao cinema argentino, premiado pela sensibilidade de um casal de cinéfilos de classe, como são estes filmes.

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