terça-feira, 5 de abril de 2011

"Bruna Surfistinha" é um filme que dói!


Eu estava na fila para comprar o ingresso quando passaram por mim duas lindas mulheres, 30 anos talvez, de mãos dadas como namoradas. Uma cena madura, contemporânea, que gostei de ver. A diversidade se impondo. Um mundo mais democrático. Mentes abertas. Pessoas felizes agora e que antes sofriam em seus esconderijos. Sei que ainda choca, mas eu gostei de testemunhar.
Foi nesse clima e contexto que entrei na sala para assistir a “Bruna Surfistinha” (Brasil-2011). Desprovido de preconceitos.
O filme é forte. Dói na alma humana. Dói para um pai de três filhas, que nem eu. Causa imensa repulsa às fraquezas masculinas, à hipocrisia de infelizes que passam horas em uma fila para “pegar” uma garota “gostosa”, que ficara famosa por seus dotes e criatividade. Um dos personagens chega a derramar sobre a mesa as “30 moedas” que poupou durante meses. Que papelão!
Entristece pela demonstração de “maturidade e força” que a jovem estudante de ensino médio retira de suas entranhas para “vencer” seus “traumas”, seja lá do que realmente ela se queixava. Não importa aqui encontrar culpados. O filme não é para isso.
Não me escapou, ainda, gesto repugnante de um jovem colega de turma de Raquel, que lhe atrai para estudar em casa e coloca na Internet humilhantes intimidades. Herói de seus colegas, ou da escola inteira, que não se cansaram de rir e humilhar a “vadia”, mas que nos faz pensar em que lamaçal de hipocrisia e falta de ética se refugiam moralistas canalhas e jovens ainda. O que realmente eles achariam das belas e felizes namoradas que me arrancaram respeito?
Mas é por tudo isso que eu recomendo o filme.
Enquanto essa tragédia humana nos persegue, é recomendável que alguém sinta indignação.
A Deborah Secco (Insensato Coração-novela em exibição na TV Globo) é uma atriz talentosa e de coragem. Faz um excelente trabalho, dirigida por Marcus Baldini.

Um comentário:

  1. Dói mesmo.É triste ver com as pessoas podem ser medíocres e vazias.E mostra também como o ser humano pode se esconder atrás de traumas de infância pra não ir a luta e mostrar seu valor.

    ResponderExcluir