quarta-feira, 13 de abril de 2011

Aracaju e a Praia do Peixe-Boi



Muito pouco se fala de Aracaju, capital de Sergipe. O menor estado brasileiro e seu pequeno litoral ficam assim meio escondidinhos entre a Bahia e Alagoas. Isto torna sua capital um tesouro a ser descoberto.
Vivi oito meses em Aracaju e costumo dizer que foram alguns dos meses mais felizes de minha vida e parte dessas lembranças para sempre foram causadas pela cidade.
É a capital nordestina de melhor qualidade de vida, pois tem tudo de bom de uma cidade pequena (460 mil habitantes, aproximadamente) e aquilo que é bom em uma cidade grande. Uma combinação perfeita, temperada por um povo carinhoso, amável e orgulhoso de seu pedaço de mundo.
Tem a orla mais bem estruturada daquelas bandas, com uma infraestrutura turística de dar inveja. Pode-se comer um marcante e nativo caranguejo, apreciar um cardápio italiano delicado, cozinhas alemã, oriental e regional, é claro, ao lado de quadras de esportes, oceanário, pista de kart, área para aeromodelismo, tudo muito pertinho do centro e dos hotéis.
Foi lá que convivi, pela primeira vez, com supermercados abertos 24horas e que entregam suas compras em casa. Para um nordestino de São Luis (MA) e que nunca vivera fora, foi uma surpresa.
O planejamento da cidade, algo raro no país, permite um trânsito confortável para os padrões das capitais e faz a cidade ficar perto de você.
Mas há outros encantos a pouco mais de 70 km da cidade. Por uma boa estrada, chega-se à fronteira com a Bahia, sentido litoral sul, numa praia apontada entre as 100 mais bonitas do planeta, apelidada de Praia do Saco.
Para a publicação francesa Grands Voyageurs, está entre as quatro mais bonitas do Brasil, ao lado das cearenses Jericoacoara e Morro Branco e dos famosos Lençóis maranhenses. Um paraíso em meio a uma combinação do rio Real e o mar, com enseada calma e aconchegante. De lá, avista-se o município de Mangue Seco (BA), eternizado pelo livro  "Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, e pelas gravações da novela e do filme.
Para minha filha Tamires e nossa amiga Valdenira, o local também pode ser chamado  Praia do Peixe-Boi.
Acredite se quiser, mas trocamos carícias com esse peixe engraçado, pacífico e tolerante, de pele enrugada. Em um dia de carência, talvez, enroscou-se conosco na beira do mar de forma gentil.
Disseram-nos que chegou ali fazia algum tempo, costumava passear pela enseada e fazer amizades.
Francisco Andrade, fraterno amigo de Aracaju, avisa-me que o mar começa a encolher a praia. Então, se gostou, não demore a programar este roteiro.

 


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