domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita é um filme de Cinema.

O encanto do cinema é algo que nem sempre conseguimos expressar tanto quanto conseguimos sentir, ao definir nossas sensações e opiniões. Diria que  causam efeitos mágicos, nos transportando no tempo e no espaço, trazendo lembranças, reduzindo angústias e gerando sentimentos de felicidade, sossego, inspiração, sonhos, vontade  de viver.
Considero essas lembranças que certos filmes me oferecem entre as mais especiais e valiosas sensações que a vida me permite sentir.
Eu, que tenho 51 anos, passei quase duas horas da noite de ontem com a sensação de que estava com 15! Voltei ao tempo do "velho oeste" e da saga daquele povo, seja ele real ou imaginário,mergulhando em minha adolescência.
“Bravura Indômita”, um remake do filme de 1969, com John Wayne (lançado agora em Blu-Ray), com direção dos inovadores irmãos Cohen, empoeirou-me, aguçou meus ouvidos, envolveu-me em cenários, trouxe-me cheiros e aromas do século 18, em terras de brancos destemidos e índios respeitados.
A jovem Haille Steinfeld , que merece o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2011, recria-se na personagem Mattie Ross, menina de 14 anos que deseja, a qualquer custo e enorme determinação, vingar a morte do pai. Ela é uma negociadora astuta e corajosa, ainda que imaginar tal comportamento juvenil naqueles tempos nos peça algum esforço.
O ator principal, nosso John Wayne de hoje, é espetacular, embora interprete um mocinho feio, gordo, com um só olho, alcoólatra, sem eira nem beira.Com incômoda voz  rouca, ele é o xerife federal, Reuben J. Cogburn, respeitado, temido, uma lenda por aquelas paragens e tempos, escolhido pela menina prodígio para caçar o bandido assassino.
Como alguém com essas características pode ser herói? No tempo de John,os mocinhos corriam,cavalgavam, rolavam pelo chão, mas saiam da cena limpos e com a roupa engomada. Nem nos importávamos com isso.
Este herói do faroeste de agora é diferente, e aí começam os detalhes que nos fazem admirar a história.Dentes e  mãos sempre sujas, roupa empoeirada e a falta de higiene transbordam da tela. E assim são também os bandidos. O oeste real, rude e sem lei.
Eu já disse que a minha estatueta de melhor ator vai para Colin Firth(O Discurso do Rei), mas sua sorte, talvez, foi Jeff Bridges(o xerife com tapa-olho) ter ganhado um Oscar de melhor ator em 2010, com o filme “ Coração Louco”.
Bravura Indômita ainda surpreende com um cavalo “ator”, em meio a uma bela fotografia quase em preto e branco, pois o “velho oeste ”de verdade tinha poucas cores.
 

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