sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eu, minha mulher e o Flamengo

Uma das vezes mais marcantes em que ouvi Rosane falar com emoção sobre futebol foi na Copa do Mundo do México, em 1986.
Assistíamos, pela TV, ao jogo Brasil x França, entre um grupo de amigos. Partida difícil, empatada em 1 x 1, e Zico perde aquele inesquecível pênalti de sua vida (e das nossas).
O jogo caminhava para a prorrogação e pênaltis, que ocorreriam mais tarde, e ela suplicou:
"Danilo, faz alguma coisa".
Quem me dera meu amor, quem me dera!
26 anos depois, ontem, solitários em casa, lembrei-me daquela derrota, quando a vi torcer emocionada pelo empate entre Olímpia x Emelec, enquanto assistíamos à vitória fácil do Flamengo, no Engenhão.
Sua vibração com o primeiro empate e depois com o segundo, lá pelos 42minutos, foi uma graça.
Sorriso de torcedora fanática, braços agitados pela classificação e alguns travesseiros jogados para cima. Até eu não segurei o sorriso. Surgia uma torcedora fanática ali? Foi o Flamengo ou uma vingança pelas piadas de tricolor que sempre escrevo?
Seus movimentos loucos foram acompanhados dos gritos enlouquecidos dos flamenguistas do Bar Chopim, pertinho de nossa casa. Aquela gritaria de gol, de título.
De repente, ao vivo, seu mundo desaba com a cabeçada "desgraçada" do equatoriano do Emelec.
Aos 48 minutos, o desempate indesejado.
Sua fisionomia mudou como uma mágica indecifrável.
O sorriso sumiu. Decepção, tristeza, frustração. Senti pena, mesmo que tenha vibrado com o gol.
Levantei da cama, com os braços para cima: "Ahá, Uhú, o Emelec é nosso"... Que sacanagem!
Coisa de tricolor classificado...hehe
Saí do quarto para só voltar mais tarde, vida normal, desclassificação assimilada.
A torcedora foi embora, graças a Deus, diminuindo minha culpa.
Somente o futebol é capaz de tantas transformações.
Que beleza a noite de ontem. Que beleza!

                                                  Ahá, Uhú....

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