sábado, 3 de março de 2012

Abaixo a dieta. Quanto mais gordo, melhor

A primeira vez foi na China, em Xangai, numa viagem a trabalho. Ao chegarmos ao hotel, fomos recepcionados com champanhe e foie gras( a pronuncia é "fuá grá"), a celebridade da alta gastronomia. Fígado de pato, ou ganso, gordo. Lembro bem do cozinheiro francês flambando pequenos pedaços da iguaria a fogo baixo. Foi uma cortesia. Não teria a coragem de pagar, nem o dinheiro. 
Agora, oito anos depois, foi por sorte e coragem. Fomos almoçar no Sushi Leblon, promessa que assumi com Diego. 
O lugar é considerado um dos melhores japoneses da cidade e sua marca é a criatividade da cozinha. Disse à garçonete que visitava a casa pela primeira vez e que gostaria de umas sugestões especiais, que definissem o restaurante. Sugeriu-me duas duplas de entrada: numa, ovo de codorna como argumento. A outra, um sashimi de salmão regado a saquê doce, laranja e "ele", o inigualável foie gras, com sua textura amantegada, gosto e sabor que nunca encontrei palavras para definir. 
Na boca, aquela dupla delicadíssima  se transformou em um prazer tanto breve quanto eterno. Creiam, é um sabor raro. Uma sensação de plenitude. Incomparável. 
Peixe com fígado de ganso, uma mistura surpreendente, mas deliciosa.
Os egípcios foram os primeiros a "inventarem" essa maravilha, percebendo que fígado cheio de gordura de patos e gansos era divino. Em seguida, romanos e vizinhos copiaram e espalharam a prática. Nos tempos modernos, os franceses colocaram uma etiqueta. 
Hoje, há regras para engordar artificialmente as aves e alguns países exigem que elas não sofram com a engorda. Existem, inclusive, organizações de combate ao foie gras, defensoras dos animais. Alegam que obrigar os bichinhos a comerem desmedidamente é grotesco e torturante. 
Conforto-me com as normas que exigem métodos menos incômodos. 
Deus que me perdoe, mas é muito menos pecado  que guardar passarinho em gaiola ou abater ganso e pato selvagens com rifles ou espingardas por pura diversão.
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